"Passar em Braga era vital para as aspirações do Benfica na corrida pelo título. Jorge Jesus, finalmente, ganhou no Minho. Embora num jogo que até começou com uma aparente simplificação, mas que se complicou quando o Benfica já julgava tê-lo na mão. Só que os encarnados têm melhores valores individuais, setor a setor. E isto notou-se.
Arrancar a partida praticamente a ganhar é sempre uma vantagem suplementar que conta bastante. Mesmo sem Cardozo, o Benfica deixou Lima na frente, Salvio e Ola John nas alas, mas dispôs de um Gaitan "multiusos" que acabaria por ser determinante em quase tudo o que o movimento ofensivo dos encarnados fabricou. Além de outras situações, vincou-se nos dois golos, em que o argentino é o desequilibrador numérico no lance do primeiro, e o motor de uma jogada de contra-ataque puro no segundo.
No entanto, outras diferenças houve. Uma delas, incontornável, tem a ver com o eixo defensivo. Nos bracarenses, quando se temia que Sasso pudesse ser o problema, afinal foi Haas o elo mais fraco. Ele "está" nos dois golos, se bem que, no segundo, Beto também não fica isento de responsabilidades. O contraponto esteve do outro lado, pois a dupla Luisão/Jardel - e até mais este do que aquele - seria responsável por negar a concretização de jogadas, algumas delas bem construídas pelos minhotos, em especial durante a primeira metade. Enfim, os centrais e Artur.
É verdade que Ruben Amorim, Hugo Viana e Mossoró (e até Alan, enquanto teve alguma velocidade para tal) fizeram o que lhes era possível, simplesmente houve muita elaboração e pouquíssima consequência. O Braga pode sustentar que teve mais cantos e mais remates, só que isto de nada serve se o grau de eficácia é diminuto. O curioso é que a equipa de Peseiro só "saltou" a barreira da inconsequência depois da entrada de João Pedro, o que terá levado Jesus a reformular o meio campo com o trio André Almeida/Enzo/Matic, na expetativa de gerir uma vantagem que, apesar disto, acabaria reduzida.
A expulsão de Haas, em cima dos 85 minutos, "aliviou" a luta dos encarnados na zona central do terreno, se bem que a sucessão de substituições, para ambos os lados, e uma (ainda) maior descida da cadência de jogo, tornasse a parte final da partida em pouco mais do que fazer correr o tempo.
Nota acrescida : insólita a declaração de José Peseiro, que falou de um Braga "sempre prejudicado" nos confrontos com os grandes. Que me lembre, nunca o tinha ouvido falar de uma forma tão abrangente.
Agora, o Benfica fica à espera do desfecho do desafio entre FC Porto e Gil Vicente, embora não espere, certamente, que algo vá mudar em relação ao duelo que continuará a manter com os dragões. Já o Braga, depois desta derrota, tem o objetivo no campeonato totalmente definido, se é que ainda pensava noutra hipótese : o terceiro lugar é um tesouro a defender firmemente."
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