"Depois de ter passado a época inteira a criticar as entrevistas de Jorge Jesus à Benfica TV, qual foi a primeira coisa que André Villas-Boas fez quando chegou a Londres? Deu uma entrevista à Chelsea TV, esse sim, um canal com jornalistas isentos que colocam questões extremamente incómodas. Seja como for, tanto nessa primeira entrevista como na conferência de imprensa em que se estreou esta semana, diga-se que o novo treinador do Chelsea convenceu os exigentes media ingleses com um discurso inteligente e humilde. Quase toda a gente teve direito a recados: José Mourinho (“isto não é um one man show”), o plantel do Chelsea (“se os jogadores perdem o respeito pelo treinador, alguma coisa está errada”) e até os Super Dragões (“vim para o Chelsea contra a vontade da minha família”).
Villas-Boas terá cometido apenas um deslize. Apesar de agora se encontrar a trabalhar num país protestante, não deixou de sucumbir à ética católica e decidiu revelar que a sua ida para o Chelsea não foi motivada pelo dinheiro – dado que o FC Porto até cobria a oferta de Abramovich – mas sim pelo desafio. O que, convenhamos, piora o caso. Pessoalmente, não respeito profissionais que violam as suas convicções sem ser por grandes somas de dinheiro. Veja-se o meu exemplo: eu não acredito no trabalho; mas, por uma quantia, abdico momentaneamente dessa minha convicção e labuto com gosto. Aliás, qualquer historiador certificará que o próprio amor só recentemente passou a ser motivado pelo amor; até há bem pouco tempo, o casamento era uma transação financeira. E não consta que houvesse adeptos da filha do carroceiro a gritar no dia da boda: “Traidor! Disseste que gostavas da Lucrécia desde pequenino, mas vais é desposar a fidalga!”
Se Villas-Boas abandonou o seu clube do coração pelo desafio, então nesse caso dificilmente não se tratará de uma traição à causa portista. Além de que terá constituído um negócio ruinoso para Abramovich: em princípio, Villas-Boas teria aceitado de bom grado ir para Londres por menos dinheiro do que aquele que ganhava no Dragão."
Villas-Boas terá cometido apenas um deslize. Apesar de agora se encontrar a trabalhar num país protestante, não deixou de sucumbir à ética católica e decidiu revelar que a sua ida para o Chelsea não foi motivada pelo dinheiro – dado que o FC Porto até cobria a oferta de Abramovich – mas sim pelo desafio. O que, convenhamos, piora o caso. Pessoalmente, não respeito profissionais que violam as suas convicções sem ser por grandes somas de dinheiro. Veja-se o meu exemplo: eu não acredito no trabalho; mas, por uma quantia, abdico momentaneamente dessa minha convicção e labuto com gosto. Aliás, qualquer historiador certificará que o próprio amor só recentemente passou a ser motivado pelo amor; até há bem pouco tempo, o casamento era uma transação financeira. E não consta que houvesse adeptos da filha do carroceiro a gritar no dia da boda: “Traidor! Disseste que gostavas da Lucrécia desde pequenino, mas vais é desposar a fidalga!”
Se Villas-Boas abandonou o seu clube do coração pelo desafio, então nesse caso dificilmente não se tratará de uma traição à causa portista. Além de que terá constituído um negócio ruinoso para Abramovich: em princípio, Villas-Boas teria aceitado de bom grado ir para Londres por menos dinheiro do que aquele que ganhava no Dragão."
É a vida futebolesca ...<span>Se Coentrão abandonou o seu clube do coração pelo desafio, então nesse caso dificilmente não se tratará de uma traição à causa...tudo pelo seu clube de sonho.</span>
ResponderEliminar<span>O tal de VilaBoas, creio que vai viver o maior pesadelo da sua vida, a cadeira de sonho, se calhar, foi possuida por outro ainda mais competente, vamos esperar para ver. </span>