"Primeiro foi o “The Sunday Times”. À falta de um escândalo “de encher o olho” e fazer disparar as tiragens, de forma a disfarçar a grave crise que mexe – e de que maneira! – com o bolso de todos nós, o conhecido jornal britânico aproveitou o “brinde” que dois ingénuos membros da FIFA lhe serviram em bandeja de prata. Logo a seguir, foi o “Daily Telegraph” a apontar as suas baterias à candidatura dos dois “compadres” ibéricos com vista ao Mundial de 2018, e ao Qatar, pretendente a anfitrião, em 2022.
Com Adamu e Teimarii já a contas com a Comissão de Ética, foi a vez de entrar em ação um ex-secretário-geral da FIFA e ex-delfim de Blatter que – recorde-se – saiu de cena sem nunca se saber como nem porquê. O que se sabe é que, ao contrário do que sucedeu com o primeiro míssil, no segundo não se falou em dinheiro mas apenas numa “inocente” permuta de votos, enquadrada no chamado “tráfico de influências”. O Qatar votaria na candidatura ibérica e esta retribuiria com os seus votos para o Mundial de 2022. O que me fez recordar os velhos tempos em que o país parava para assistir ao Festival Eurovisão da Canção.
Devo lembrar que naquele que foi o mais popular de todos os certames do género, vigorava um “sistema” muito peculiar, para atribuição de votos. Digamos que havia uma espécie de “acordo de cavalheiros” que tinha a ver – ao que se dizia – com interesses artísticos, comerciais e… políticos que os júris nacionais praticavam sem necessidade de qualquer compromisso escrito. A verdade é que, no final, não faltavam queixas e acusações, mais ou menos do género: “Malandros! Demos-lhes nós 12 pontos por uma canção que não vale um caracol e os gajos, em troca, não nos deram nem um pontinho para amostra!”
É, por isso, injusto afirmar-se que a corrupção é um fenómeno dos nossos dias mas, antes, uma prática que vem de longe. Que pode ter mudado os seus contornos, tornando-se mais moderna – mais criativa. Que terá deixado de se chamar “permuta” ou “tráfico de influências” para passar a ser igual à “lei das compensações” – que alguns árbitros de futebol utilizam para justificar a escandalosa marcação, a favor de uma das equipas, de um penálti que nunca existiu, pouco depois de essa mesma equipa ter sofrido um golo, obtido com a… mão!
Pelo rumo que as coisas estão a tomar, não me surpreenderia que os “sábios” da política nacional introduzissem na nossa Constituição uma nova regra – o “toma lá, dá cá” – para permitir às oposições apresentar ao Governo propostas concebidas mais ou menos nestes termos: “Nós, que nos orgulhamos de ser políticos responsáveis, comprometemo-nos a aprovar a nomeação de novos 20 assessores ministeriais, desde que o Governo aceite comprar 1 porta-aviões, 9 contratorpedeiros e 10 fragatas, num total de 20 unidades, a juntar aos 2 submarinos que nós adquirimos quando estivemos no Poder!
Voltando ao futebol, eu pergunto: como irá o patrão da FIFA resolver a trapalhada das candidaturas? O povo diz que “quem anda à chuva, molha-se” mas, mesmo não sendo o… “Chico Fininho”, Blatter é homem para passar incólume pelos intervalos da chuva!"
Com Adamu e Teimarii já a contas com a Comissão de Ética, foi a vez de entrar em ação um ex-secretário-geral da FIFA e ex-delfim de Blatter que – recorde-se – saiu de cena sem nunca se saber como nem porquê. O que se sabe é que, ao contrário do que sucedeu com o primeiro míssil, no segundo não se falou em dinheiro mas apenas numa “inocente” permuta de votos, enquadrada no chamado “tráfico de influências”. O Qatar votaria na candidatura ibérica e esta retribuiria com os seus votos para o Mundial de 2022. O que me fez recordar os velhos tempos em que o país parava para assistir ao Festival Eurovisão da Canção.
Devo lembrar que naquele que foi o mais popular de todos os certames do género, vigorava um “sistema” muito peculiar, para atribuição de votos. Digamos que havia uma espécie de “acordo de cavalheiros” que tinha a ver – ao que se dizia – com interesses artísticos, comerciais e… políticos que os júris nacionais praticavam sem necessidade de qualquer compromisso escrito. A verdade é que, no final, não faltavam queixas e acusações, mais ou menos do género: “Malandros! Demos-lhes nós 12 pontos por uma canção que não vale um caracol e os gajos, em troca, não nos deram nem um pontinho para amostra!”
É, por isso, injusto afirmar-se que a corrupção é um fenómeno dos nossos dias mas, antes, uma prática que vem de longe. Que pode ter mudado os seus contornos, tornando-se mais moderna – mais criativa. Que terá deixado de se chamar “permuta” ou “tráfico de influências” para passar a ser igual à “lei das compensações” – que alguns árbitros de futebol utilizam para justificar a escandalosa marcação, a favor de uma das equipas, de um penálti que nunca existiu, pouco depois de essa mesma equipa ter sofrido um golo, obtido com a… mão!
Pelo rumo que as coisas estão a tomar, não me surpreenderia que os “sábios” da política nacional introduzissem na nossa Constituição uma nova regra – o “toma lá, dá cá” – para permitir às oposições apresentar ao Governo propostas concebidas mais ou menos nestes termos: “Nós, que nos orgulhamos de ser políticos responsáveis, comprometemo-nos a aprovar a nomeação de novos 20 assessores ministeriais, desde que o Governo aceite comprar 1 porta-aviões, 9 contratorpedeiros e 10 fragatas, num total de 20 unidades, a juntar aos 2 submarinos que nós adquirimos quando estivemos no Poder!
Voltando ao futebol, eu pergunto: como irá o patrão da FIFA resolver a trapalhada das candidaturas? O povo diz que “quem anda à chuva, molha-se” mas, mesmo não sendo o… “Chico Fininho”, Blatter é homem para passar incólume pelos intervalos da chuva!"
Artur Agostinho, in Record
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