"Sexta-feira, 31 de Agosto. Em gozo de férias, a opção recaiu no Porto, bem no coração da cidade. Em plenos Aliados, uma banda de música latino-americanos fez as delícias da noite. Surpreendidos com a minha presença, muitos transeuntes abordaram-me, tanto mais que era o dia do fecho das inscrições de Verão.
'O Vieira não deveria ter vendido o Javi', confesso que ouvi da boca de um adepto. Objectei de pronto, ainda que a saída dos quadros do Clube do médio espanhol me provocasse um sentimento de aperto emocional. 'Então não foi um bom negócio?' ripostei, que acaba de se comprometer com o Benfica, tão namorado pelo FC Porto, não conta?', joguei ao ataque.
O meu interlocutor, passe a imodéstia, pareceu-me convencido e, mais ainda, quando lhe dei conta de que o presidente Luís Filipe Vieira poderia, num ápice, engordar os cofres, mas havia optado (e bem) por manter, no essencial, a estrutura da equipa. A transferência ulterior de Witsel acabou por ser uma inevitabilidade, constituindo-se na maior transacção financeira do historial benfiquista.
A temporada começou. O empate caseiro, frente ao SC Braga, não satisfez, mas as prestações subsequentes, ante o V. Setúbal e o Nacional, foram de molde a inspirar confiança. Melhor, muito melhor, a recepção (volto a falar em imodéstia) que tive no Norte, em plena cidade do Porto. Tantos e tantos benfiquistas se me dirigem, sempre com declarações de incentivo, de entusiasmo.
A minha ideia, tantas vezes dita ou escrita, está mesmo provada. Qual é o maior clube do Norte? Inesquestionavelmente, o Sport Lisboa e Benfica. Até no centro da cidade do Porto se respira mais vermelho do que azul. E viva o Porto... vermelho. De coragem, de prazer, de ambição, de certeza."
João Malheiro, in O Benfica
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