Últimas indefectivações

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Vitória e a estabilidade, reflexões à volta da Liga

"Mais do que falar da vitória do Benfica nesta Liga, é perceber o que as últimas Ligas nos têm proporcionado para aprender para a próxima época desportiva. Partindo do princípio que Benfica e Sporting mantêm os treinadores (FC Porto ainda não o confirmou, mas também não o tem de fazer já que o treinador tem contrato), o que retirar do que se tem passado?
Gerir e decidir a vencer é mais fácil do que gerir e decidir na derrota ou no não sucesso. A partir daqui, o Benfica encontra-se numa zona de conforto que apenas é modificada pela sede que as equipas que vencem mais vezes criam, tal como o Porto do penta o fazia. Sabemos que a vida tem ciclos e por isso, sabe-se que mais tarde ou mais cedo outra equipa aprenderá e conseguirá responder de forma mais eficiente às exigências que um campeonato tão longo cria. A questão é saber como é que neste caso o Benfica vai adiar essa mudança de ciclo ou como é que o Porto ou Sporting aparecerão novamente na lista dos campeões, considerando este aspecto importante: Porto não vence nada há quatro épocas e o Sporting foi campeão a última vez em 2001/02.
O que as últimas épocas nos têm ensinado é algo semelhante a isto: a escolha de um treinador é fundamental, o treinador tem um impacto fundamental no sucesso de um clube, mas mais do que estar a discutir quem é o mais importante, é perceber que um precisa do outro e vice-versa. E aqui o Porto tem escolhido vários treinadores que não eram maus (Paulo Fonseca mal apoiado internamente, Lopetegui não percebeu o que era treinar um clube ou o que era o Porto), mas percebe-se que as duas peças do puzzle (clube e treinador) muitas vezes não encaixavam.
O clube de Alvalade tem tido o dom de escolher bons treinadores nos últimos anos, mas existem vários aspectos que o têm impedido de atingir o sucesso. Com Leonardo Jardim estiveram na luta até bem próximo do fim e com um plantel mais curto que os rivais, mas mesmo assim não chegou para que os interesses internos fossem mais importantes para que a estabilidade fosse atingida. Marco Silva venceu uma Taça de Portugal mas mesmo isso não chegou para que o treinador não saísse a mal do clube. Jorge Jesus esteve bem próximo na época anterior, mas mais do que a má gestão do sucesso virtual que o Sporting ia possuindo com várias intervenções para o outro concorrente, o clube de Alvalade não soube – na minha opinião – colocar um travão naquilo que era as acções de um treinador mais experiente que o próprio clube.
No Benfica, percebe-se que mais do que andar a discutir os méritos de Jorge Jesus e Rui Vitória no tetra, há outros denominadores comuns no sucesso. Percebe-se sim, que com Rui Vitória há mais estabilidade entre aquilo que é o modo de estar da estrutura benfiquista através do seu presidente e do seu actual treinador. Que houve o cuidado de escolher um treinador, que para lá de ter qualidade na perspectiva do clube benfiquista, tinha a receptividade e interesses comuns em termos de gestão dos recursos humanos do clube. E isso traz estabilidade que gera mais probabilidades de sucesso. A partir daí, o ciclo é mais lógico.
Por fim, estabilidade na luta da descida. Duas equipas que descem tiveram três treinadores. Não há coincidências…"

2 comentários:

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