"No FC Porto, finada a AG dos estatutos, o foco passou para a AG das contas de 29/11
Para quem ainda não reparou, e não creio que sejam muitos os mais desatentos, a campanha eleitoral, visando as eleições de abril, no FC Porto, já começou, e segue de vento em popa. À medida que foi ficando mais claro que André Villas-Boas seria oposição a Pinto da Costa, primeiro de forma subliminar, e agora sem margem para dúvidas, os posicionamentos no interior dos dragões têm vindo a ganhar nitidez, e o primeiro assalto de um combate que promete ser histórico terminou com uma tremenda vantagem do antigo treinador, que fez o triplete (Liga, Taça de Portugal e Liga Europa) em 2011.
Há precisamente uma semana menos um dia, uma Assembleia Geral (AG) que tinha por objeto a aprovação de uma série de alterações estatutárias, com reflexos diretos no próximo ato eleitoral, não chegou ao fim por temor de que o resultado não fosse o esperado pela nomenclatura vigente, perante a avalanche de oposicionistas que fez questão em marcar presença. E uma nova AG, agendada para amanhã, foi entretanto desconvocada, simultaneamente com a desistência das mudanças estatutárias.
Tratou-se de uma vitória retumbante de André Villas-Boas, que encarna o espírito de mudança no FC Porto, a primeira num frente a frente direto com as forças que têm mandado no clube nas últimas quatro décadas.
Mas, no próximo dia 29, haverá uma nova reunião magna dos associados portistas, que tem na ordem de trabalhos a aprovação das contas do exercício anterior, que se saldaram por um prejuízo superior a 40 milhões de euros. Como não se fala de trocos, e porque a gestão financeira, associada às escolhas desportivas, tem estado no ponto de mira de uma larga franja da nação azul e branca, é de crer nova mobilização massiva das forças que pretendem que 2024 seja um ano de mudança geracional no FC Porto. Ou seja, pela primeira vez, e perante o caos financeiro em que o clube está mergulhado, potenciado pela disrupção social nascida a 13 de novembro, estamos perante a possibilidade de umas contas de Pinto da Costa serem alvo, mais do que de contestação (como nas históricas iniciativas de Alexandre Magalhães), de um chumbo.
Terminando como comecei, a campanha eleitoral, no FC Porto, para as eleições de abril, já está na rua. E a AG de 29 de novembro será o próximo episódio."
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