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quarta-feira, 17 de abril de 2019

Entre a ética e a 'realpolitik'

"A propósito da confissão de Petir, treinador do Marítimo, relativa a cartões amarelos vistos propositadamente - quem nunca pecou que atire a primeira pedra - foi levantada, com muito propriedade, aliás, a questão da integridade das competições. O problema deve ser visto, sem dúvida, num plano ético e, assim sendo, o que parece é que, para que a competição seja integra e todos os clubes sejam avaliados em igualdade de circunstâncias, é obrigação dos treinadores colocarem os melhores onze em todos os jogos, sem que outras razões levem a escolhas diferentes.
Por exemplo, será que o treinador da Juventus, que já tem o campeonato no bolso, deturpou a Serie A ao apresentar em Ferrara, frente à SPAL, uma equipa alternativa, poupando as estrelas para o jogo de ontem com o Ajax?
Provavelmente, o treinador do Empoli, que luta com a SPAL pela manutenção, terá essa opinião.
Mas qual era a primeira obrigação de Massimiliano Alegri? Criar as melhores condições para a vecchia signora chegar às meias-finais da Champions ou queimar trunfos numa competição que já ganhou?
Não haverá nenhum treinador no mundo que não olhe para a época como um todo, fazendo escolhas a pensar no bem maior. E é essa linha de pensamento que nos leva à questão dos amarelos a pedido.
Na avaliação feita, por exemplo, por Petit, alguns jogadores fazem-lhe mais falta para defrontar o Nacional ou o Tondela, do que o FC Porto ou o Benfica. Quanto à penalização adicional, o que se tem visto na UEFA, deixa muito a desejar: é casuística, discricionária e aleatória. logo, não é justa."

José Manuel Delgado, in A Bola

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