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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O erro no futebol (I)

"No século XVIII, o poeta inglês Alexander Pope escreveu que «quem pensa ver algo sem falhas, pensa naquilo que nunca existiu, que não existe e que nunca existirá».

De facto, o erro é a constatação da nossa debilidade, mas pode também ser a bússola da nossa capacidade. Já a persistência no erro pode ser negligência, arrogância, soberba ou dolo.

Vem isto a propósito do erro no desporto, e em particular no futebol. Como humanos que são os seus intérpretes, todos erram no futebol. O guarda-redes, o marcador de pénalties, o jogador, o treinador, o médico, o dirigente e... claro está, aquele a quem mais custa perdoar (unilateralmente) o erro: o árbitro.

Quanto aos jogadores, o erro de hoje pode ser o aplauso de amanhã caso sejam do nosso clube e o erro do jogador adversário é sempre uma bênção que nos compraz. Quanto ao treinador, o erro confunde-se com o resultado. O erro com com vitória dissolve-se nesta. A derrota sem o erro não existe.

O certo é que há uma hierarquia consentudinária do erro, encimada pelo cometido pelo árbitro. Que, por isso, é também designado como juiz. Logo, soberano. Mas melhor seria não concentrar no árbitro todos os erros e falhas que aconteceram. E, também,, não transferir a causa do fracasso para outrem que é sempre mais cómodo do que reconhecer os erros cometidos. «Errar é humano, mais humano é ainda atribuir o erro aos outros», já dizia o dramaturgo russo Tchekhov...

É, por isso, que - paradoxalmente - o alfa e o omega do jogo se fixam, não raro, no árbitro! Disso falarei amanhã.



ET - Vi o espectacular Palermo 4, Inter, 3. Que saudades do Miccoli!"




Bagão Félix, in A Bola

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