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quarta-feira, 1 de maio de 2024

Ensaio sobre a estupidez


"Depois de uma vitória tranquila e de uma exibição, a espaços, agradável, seria suposto vermos regressar alguma serenidade ao seio da família benfiquista - independentemente de toda a análise crítica que, com legitimidade, possa e deva fazer-se à temporada da equipa.
Um grupo de quinze ou vinte indivíduos não o permitiu, protagonizando um espectáculo indecoroso que apenas serviu para acrescentar instabilidade e ruído, alimentar a avidez de comunicação social sensacionalista, e dar azo à galhofa dos rivais A mim, como, acredito, à larga maioria dos verdadeiros adeptos, aquilo entristeceu, envergonhou e revoltou.
Lamentavelmente, há quem queira transportar Alcochete para o Benfica. Não foi o primeiro episódio. Temo que não seja o último. Recordo que já tivemos um autocarro apedrejado, jogadores feridos, um banco de suplentes atingido com objectos vindos da bancada, e agora isto. Depois, fala-se à boca cheia de exigência - palavra que essa gente nem sabe o que significa.
Não entro em questões geracionais, pois seria injusto e até disparatado generalizar. Mas há hoje, na sociedade portuguesa (não apenas no futebol), um conjunto de criaturas que exige perfeição absoluta a tudo e a todos, excepto a eles próprios. E entende poder manifestar-se com insultos e violência. Isto preocupa-me, não só como benfiquista, mas também enquanto cidadão.
É importante lembrar que existem 6 milhões de benfiquistas, e 5999980 delas são totalmente alheios e este tipo de comportamento. Mas são precisamente estes comportamentos que aparece nas televisões e fazem capa de jornais, confundindo-se o pequeno ramo de uma árvore com a floresta inteira.
Não sei se eles são do Benfica. Mas sei que o Benfica não deles. É dos 300 mil sócios e dos 6 milhões de adeptos que o vivem com paixão e carinho."

Luís Fialho, in O Benfica

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