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quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Que bonito é


"Sempre gostei de filmes, séries e documentários sobre desporto, sobre grandes feitos, histórias de superação e vitórias épicas. Hoje, as plataformas de streaming permitem aceder a centenas de títulos relacionados com o tema, mas, há quase 40 anos, a coisa não era assim. Tirando a Fuga para a Vitória, de 1981, com Pelé, Stallone e um naipe recheado de estrelas, ou o Momentos de Glória, também do mesmo ano, com o atletismo e a superação individual a dominar o enredo, a pouco mais se tinha acesso num país acabado de sair de uma triste ditadura. Por isso, foi uma grande regozijo que, em 1986 (ano de Mundial no México), a RTP começou a transmitir, à hora de almoço, uma telenovela que me ficou na memória - Vereda Tropical. Não tinha a melhor das histórias, mas, entre outros temas, tratava de futebol e de um clube de bairro onde brilhava um atacante temível. Luca, do Cantareira Esporte Clube, interpretado por Mário Gomes. Tinha algumas das atrizes mais populares da época, como Lucélia Santos, Maria Zilda ou Marieta Severo, mas a mim o que me interessava, aos 11 anos, era esperar por cada episódio para ver as cenas do futebol, os golos do Luca, a loucura dos adeptos nas bancadas daquele bairro de São Paulo. Era futebol em estado puro.
Voltei à Vereda Tropical quase 40 depois, com as exibições deste SL Benfica orientado por Roger Schmidt e a sua equipa técnica. As jogadas, os golos, as vitórias e a alegria lembram a beleza do futebol puro, para a frente, como espectáculo que é. Ou, como diz a letra da música que é genérico da novela, Na Cadência do Samba, de Luís Bandeira:
'Que bonito é
Ver um samba no terreiro,
Assistir a um batuqueiro
Numa roda improvisar'.
Que bonito é este Benfica que me faz ansiar por cada jogo."

Ricardo Santos, in O Benfica

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