Últimas indefectivações

terça-feira, 2 de agosto de 2022

Obrigado, Luís Miguel


"Luís Miguel poderia muito bem ser o nome de um simples cidadão, empregado de mesa num restaurante dos arredores de Bragança. Mas a partir do momento em que lhe foi batizado de Pizzi, o futuro deste Luís não poderia ser outro. Pizzi é nome de jogador. De craque. É nome de golo. É nome de assistência. De toque de golo. É nome de assistência. De toque curto, futebol espectáculo e bilhetes que valem dinheiro. O meu foi muito bem investido - bem melhor do que em FIFA Points. Fosse qual fosse o programa cultural mensal das Câmaras Municipais, durante anos a fio o concerto mais bonito era tocado a cada fim-de-semana pelo Pizzi, pelo Gaitán e pelo Jonas. Saber que nenhum deles está no Benfica é um choque de nostalgia que custa enfrentar. Com quantas tardes e noites de magia nos brindaram estes senhores? Mesmo que paguemos na calculadora, todos lhe perdemos a conta. Mitroglou em Alvalade? O Pizzi estava lá. Lisandro no Dragão? Presente. No 10-0 ao Nacional, marcou um golo e fez quatro assistências. Brilhou nos jogos de consagração na Luz com o Nacional (4-1), Vitória SC (5-0), Santa Clara (4-1) e foi um jogador absolutamente crucial em cada um desses campeonatos.
Podem dar as voltas que quiserem ao percurso do Pizzi no Benfica, mas nenhuma tem mais força do que as voltas que ele deu à cabeça dos adversários com tabelas à entrada da área e passes que mais ninguém tinha visto. Faro de avançado, criatividade de extremo e inteligência de médio, o Pizzi apresentou-se sempre em campo como um desequilibrador acima da média num Benfica de vertigem ofensiva. Dizem que tudo em ciclo, mas só concordo em parte. Enquanto a minha memória me permitir, o ciclo do Pizzi no Benfica, mesmo a jogar no outro lado do mundo, não se fechará."

Pedro Soares, in O Benfica

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