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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Dormir à sombra do… segundo poste


"O Benfica teve mais um resultado negativo, o terceiro consecutivo, e empatou em casa com o Nacional de Luís Freire. Num jogo em que na primeira parte até parecia estar a correr bem para os homens de Jorge Jesus, a equipa sofreu o empate cedo na segunda parte, através de um lance de bola parada. Curiosamente, foi o terceiro golo consecutivo sofrido na sequência de uma bola parada, depois dos dois golos frente aos bracarenses na meia-final da Taça da Liga. Estes três golos tem todos algo em comum, e que merece uma reflexão. Primeiro, é impossível ignorar o contexto. Nestes dois jogos o Benfica atuou com alguns jogadores que não têm jogado tanto devido às inúmeras alterações provocadas por casos de COVID no plantel. Segundo, e aí já num lado mais técnico, todos estes golos ocorreram não no primeiro passe da bola parada, aquele que é mais trabalhado, mas sim na consequência das jogadas, onde é necessário muito trabalho e concentração para manter certos comportamentos e posicionamentos.
Estes três golos acabaram por ser explorados por superioridades criadas pelos adversários na zona do segundo poste, a zona mais difícil de controlar nestas segundas bolas porque requer não só atenção à bola, que está em movimento, mas também coordenação com os colegas a subir/descer a linha e vigiar os adversários que podem aparecer nas costas. Muito mais difícil do que parece, mas que deveria ser muito melhor executado pelos encarnados do que aquilo que tem sido. Deixamos então um vídeo com algumas das semelhanças e pontos fracos do Benfica neste tipo de lances, algo atípico nas equipas de Jorge Jesus."

2 comentários:

  1. Ao plantel, ao treinador e ao presidente:
    Sou do Benfica desde sempre. Sou sócio, essencialmente para dar a minha contribuição ao clube (não ando atrás de descontos e raramente vou ao estádio), subscrevo a BTV desde o primeiro dia e compro o jornal «O Benfica», para ver jogos e estar informado sobre o clube. Ser do Benfica ajudou-me em momentos difíceis da minha vida, como quando fui para a tropa e depois para a guerra, em África. Ouvir o relato ao domingo, quando era possível, e vibrar com as vitórias, ajudava a suportar as saudades e os medos e o resto. Naquele tempo, os jogadores do Benfica tinham a chama imensa na alma, eram esforçados, intensos, lutadores, competitivos, tinham classe, honravam honradamente a camisola e deixavam tudo em campo, tudo – e não usufruíam das extraordinárias mordomias de hoje. Béla Guttman, o grande treinador que nos fez Campeões Europeus, disse um dia: «Nunca encontrei jogadores que sentissem a camisola tão intensamente quanto os do Benfica. Até os menos talentosos tornavam-se futebolistas temidos e de grande qualidade».
    O jogo de ontem fez-me lembrar aquele tempo. Que falta de responsabilidade, de garra, de classe e de gratidão, meus senhores! Os jogadores-príncipes e o treinador-rei do Benfica a perderem dois pontos, em casa, contra uma equipa corriqueira, banal, de segunda. Não há explicações nem desculpas, tanto para os jogadores, quanto para o treinador – têm todas as condições, ganham principescamente, o apoio e o carinho dos milhões de adeptos espalhados pelo mundo não vos falta. Foi do piorio do que andamos a sofrer desde janeiro de 2020: um jogo assim-assim e o seguinte para esquecer. Andamos nisto há um ano, a jogar pessimamente, a perder pontos e jogos e títulos. Não sei se têm bem a noção da vossa importância na vida dos milhões de benfiquistas, dos milhões de homens e de mulheres que amam o clube com paixão e que vibram com as suas vitórias e os seus títulos. Vocês têm o dever de gratidão, a responsabilidade e a obrigação de nos dar alegrias e de nos fazer sorrir com as vossas vitórias. Se não ganharem mas tiverem feito tudo para ganhar (acontece), a gente aceita e respeita e aplaude o vosso esforço. O que não poderemos aceitar, o que um benfiquista jamais aceitará é que não façam para ganhar, como não fizeram ontem. Desrespeitaram-nos. E desrespeitaram-se a vós próprios. Isso, não aceitamos. Quem não é digno de vestir o «manto sagrado» tem de ir à vida, não faz cá falta.
    O senhor Luís Filipe Vieira, que vê luzes inspiradoras, ainda não viu a falta que nos faz o reforço da linha média. Alguém (que não temos) competente, consistente e constante nas suas exibições, para reforçar a muralha defensiva e para organizar o jogo e pôr a equipa a correr em direção à baliza contrária. As luzes não lhe dizem nada a esse respeito? A culpa de todos os fracassos e desgostos que (nós, adeptos e sócios) vimos sofrendo é principalmente sua, senhor presidente. Gerir um clube é, primordialmente, criar as condições para a conquista dos êxitos desportivos. E os êxitos desportivos trazem os ganhos económico-financeiros. Nunca o contrário. Contratar com critério, para colmatar as necessidades e os desequilíbrios do plantel e reforçá-lo, esse deve ser o objetivo número um. Não é o que o senhor tem feito nos últimos anos, em que tem posto negócios (e tantos duvidosos e ruinosos) à frente de tudo.
    Gerir um clube é também defendê-lo dos ataques dos inimigos e dos prejuízos causados pelas arbitragens. O clube pode e deve reagir através do seu departamento de comunicação, mas a voz e a revolta do seu presidente terá (sempre) muito mais impacto – é o que fazem os presidentes dos outros clubes. O que faz o senhor? Esconde-se e cala-se. Porquê, senhor presidente?

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    Respostas
    1. Isto não vai lá com a contratação de um jogador...

      Como muito bem diz, o triste espectáculo a que assistimos ontem foi mau demais; isto não é, nem pode continuar a ser, o Benfica.

      E só há uma solução: esta direcção tem de cair. Se ainda têm um pouco de dignidade, façam um favor à Nação Benfiquista: Demitam-se!
      FranciscoB

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