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sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Ritmo infernal

"A intensa cadência de jogos estabelecida no calendário para o início da época - sem qualquer ajuda, como aquela com que, o rival do Campo Grande - trouxe alguma inquietação a muitos de nós. Como iria o Benfica superar tantos e tão frequentes desafios nacionais e internacionais, numa fase temporã dos torneios oficiais, em que muitos acertos e ajustamentos estão a ser sedimentados na máquina do futebol de elite, e ainda estando perigosamente (e injustamente, para todos!) aberta a janela do mercado de transferências?
Todos estes oito jogos das competições a sério, nos planos interno e externo, seriam, desde logo, absolutamente decisivos para estabelecer as boas bases de toda a temporada, e tornava-se ainda mais importante do que nos últimos anos que a pré-época fosse cuidadosamente estabelecida, de forma a que os jogadores e a equipa se sentissem confortáveis e seguros em todas as novas missões que lhe competiam.
A verdade é que a força do conceito de 'Reconquista' que cedo começara a constar no vocabulário da nova época tinha partido de dentro para fora, do interior, mesmo, na própria estrutura do nosso Futebol. E isso, juntamente com programas físicos porventura mais ajustados do que em épocas anteriores, parece ter contribuído para se estabelecer a diferença no rendimento da estrutura da equipa principal.
Na terça-feira, a equipa dirigida por Rui Vitória disputava o quinto jogo em escassos quinze dias cumpridos, e este terá sido, a meu ver, o melhor e mais disputado e difícil de todos, até agora. O Benfica apresentou um futebol consistente e de altíssima qualidade, ainda que demasiadamente perdulário, tendo de se bater com um conjunto mais rodado, já que se iniciou em competição algum tempo antes de nós, competente e surpreendentemente coerente no seu atrevido sistema. Talvez que o jogador mais decisivo em campo tenha sido o guarda-redes grego, por mim, contei nove ocasiões flagrantes de golo para o Benfica das quais algumas ele defendeu com eficácia.
Agora, cumpre-nos ir jogar a Salónica. Certamente do mesmo modo e com os mesmíssimos índices de confiança e de segurança, embora, se possível, com todos os nossos jogadores disponíveis. Por mim, estou francamente optimista relativamente ao desfecho do playoff em face do que ficou bem patente durante este jogo, discordo do treinador filho de Lucescu, que se mostrou deslumbrado com o que lhes tocou na Luz.
Estou optimista, repito. E estou completamente de acordo com a afirmação de Rui Vitória, de que nos basta ser cinquenta por cento mais frios e eficazes do que fomos na primeira mão, mantendo o mesmo ritmo infernal que crescentemente nos tem distinguido dos nossos adversários. E, para já, temos uma boa ocasião para treinar tudo isso na festa que vamos fazer, já amanhã, sábado..."

José Nuno Martins, in O Benfica

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