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segunda-feira, 25 de junho de 2018

Bruno de Carvalho: o confronto como modo de vida

"Bruno gosta do conflito e por isso vai levá-lo até às últimas consequências

Ninguém diria, mas passou apenas um mês e picos desde que o Sporting foi derrotado na Madeira e perdeu a possibilidade de acesso à Liga dos Campeões. Desde então, os acontecimentos em Alvalade sucederam-se em catadupa, numa escalada de tensão e de conflito que mergulhou o clube na crise mais grave da sua história.
Bruno de Carvalho, o responsável máximo, curiosamente nada fez para atenuar essa crise. Pelo contrário, quando não a provocou, contribuiu decisivamente para agravá-la, ao assumir uma estratégia de confrontação permanente – com os jogadores, com os adversários internos e externos, com a comunicação social, com a justiça, etc., etc. – que conduziu o Sporting para o abismo e acabou por levar, como era inevitável, à sua própria queda.
A páginas tantas era Bruno de Carvalho e os seus apoiantes contra o resto do mundo. E ai de quem ousasse contrariá-lo! Por exemplo, os membros do conselho directivo que escreveram um artigo de opinião a explicar porque se demitiam foram apodados de “ratos vendidos”, “traidores”, “vendilhões do templo” e “cobardes”. Esta passagem merece ser transcrita: “Três pessoas que deixem de considerar limites éticos, civilizacionais, de respeito pelas pessoas […] não devem ter esse estatuto de pessoas mas sim o de ratos”. Que me lembre, nunca a linguagem de um alto dirigente desportivo tinha chegado a tais níveis de agressividade.
Mas, depois de confirmada a destituição, Bruno conseguiu ir talvez ainda mais longe – ou mais baixo. Numa espécie de carta de despedida, chamou “tristes e fracos de espírito” a todos os sócios do Sporting “que puseram uma cruz no sim à destituição”. Assim se vê o seu respeito pela diversidade de opiniões. Afirmava também: “Podia impugnar esta AG por todas as ilegalidades cometidas: sim. Mas não o vou fazer”. E garantia que ia afastar-se de vez.
Dali a umas horas, porém, dizia precisamente o contrário, que ia impugnar a assembleia-geral e recandidatar-se à presidência. O tom era ameaçador, como habitual: “Querem guerra. Eu compro!”. 
Em que ficamos? Uma coisa parece certa: Bruno gosta do conflito e por isso vai levá-lo até às últimas consequências. Talvez seja mais do que gostar: para ele o confronto tornou-se um modo de vida. O presidente destituído já não sabe viver de outra maneira."

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