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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Lideranças não devem ser para quem quer mas para quem sabe...

"ANTF, FPF, LPFP e outras instituições que tutelam o futebol nacional e representam os seus diversos agentes têm a obrigação de procurar ser competentes e capazes de antecipar, de prevenir e de evitar situações polémicas que não aportam prestígio para o futebol e podem potenciar fanatismos.
A pressão emocional que, por exemplo, um treinador tem de controlar, no final de um jogo, quando participa nas conferências/entrevistas, é sempre enorme.
Mais uma vez o negócio se impõe ao jogo.
Em “roda livre”, nos limites do equilíbrio e contenção, deveriam merecer mais atenção daqueles que gerem o futebol e que têm a obrigação de defender, a todos os níveis, todos os participantes, criando clima de confiança e de estabilidade.
Quem nunca jogou, quem nunca sentiu a intensidade emocional ao mais alto nível, muito dificilmente a saberá distinguir de comentários finais entre um grupo restrito de amigos. As responsabilidades são totalmente divergentes.
Recordo que, no anterior modelo de formação de treinadores, havia um módulo específico de estratégia comunicacional em que se procuravam reforçar competências para esses momentos, aproveitando-se, algumas vezes, notícias e vídeos de alguns dos presentes no final dos seus jogos, para uma análise mais detalhada e preventiva. Eram outros tempos…
Com a extrema mediatização que nos inunda, qualquer lapso ou pequeno exagero momentâneo passa a repercussão gigantesca, imparável, tornando o acessório como essencial e até servindo interesses estranhos.
Preparar também os treinadores (e não só) para esses momentos únicos, onde uma afirmação atinge dimensão extrapolada, é útil, possível e um excelente contributo para defender o futebol de que gostamos.
Não é tirar a raça, o querer, o dizer o que “vai na alma” com frontalidade, mas é o ter consciência de como podem subverter tudo o que se sente e partilha naturalmente, com interesses alheios e até perversos.
Sabemos que há quem tenha muita ambição a nível nacional e mundial, sabemos que há quem só tenha olhos para um universo reduzido do futebol (para quem o resto, que é maior parte, é paisagem), sabemos que há quem sonhe liderar uma instituição de top global… Mas temos muitas dúvidas se não há também gente que já perdeu tempo e oportunidades decisivas por causa do vício de protagonismo sem regras.
O futebol será sempre um desafio sedutor, um jogo mágico, com paixão, emoções fortes e acima de tudo e de todos, um destino de talentos que nunca acabam e sempre se renovam, apesar de tudo."

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