"Mais do que falar da vitória do Benfica nesta Liga, é perceber o que as últimas Ligas nos têm proporcionado para aprender para a próxima época desportiva. Partindo do princípio que Benfica e Sporting mantêm os treinadores (FC Porto ainda não o confirmou, mas também não o tem de fazer já que o treinador tem contrato), o que retirar do que se tem passado?
Gerir e decidir a vencer é mais fácil do que gerir e decidir na derrota ou no não sucesso. A partir daqui, o Benfica encontra-se numa zona de conforto que apenas é modificada pela sede que as equipas que vencem mais vezes criam, tal como o Porto do penta o fazia. Sabemos que a vida tem ciclos e por isso, sabe-se que mais tarde ou mais cedo outra equipa aprenderá e conseguirá responder de forma mais eficiente às exigências que um campeonato tão longo cria. A questão é saber como é que neste caso o Benfica vai adiar essa mudança de ciclo ou como é que o Porto ou Sporting aparecerão novamente na lista dos campeões, considerando este aspecto importante: Porto não vence nada há quatro épocas e o Sporting foi campeão a última vez em 2001/02.
O que as últimas épocas nos têm ensinado é algo semelhante a isto: a escolha de um treinador é fundamental, o treinador tem um impacto fundamental no sucesso de um clube, mas mais do que estar a discutir quem é o mais importante, é perceber que um precisa do outro e vice-versa. E aqui o Porto tem escolhido vários treinadores que não eram maus (Paulo Fonseca mal apoiado internamente, Lopetegui não percebeu o que era treinar um clube ou o que era o Porto), mas percebe-se que as duas peças do puzzle (clube e treinador) muitas vezes não encaixavam.
O clube de Alvalade tem tido o dom de escolher bons treinadores nos últimos anos, mas existem vários aspectos que o têm impedido de atingir o sucesso. Com Leonardo Jardim estiveram na luta até bem próximo do fim e com um plantel mais curto que os rivais, mas mesmo assim não chegou para que os interesses internos fossem mais importantes para que a estabilidade fosse atingida. Marco Silva venceu uma Taça de Portugal mas mesmo isso não chegou para que o treinador não saísse a mal do clube. Jorge Jesus esteve bem próximo na época anterior, mas mais do que a má gestão do sucesso virtual que o Sporting ia possuindo com várias intervenções para o outro concorrente, o clube de Alvalade não soube – na minha opinião – colocar um travão naquilo que era as acções de um treinador mais experiente que o próprio clube.
No Benfica, percebe-se que mais do que andar a discutir os méritos de Jorge Jesus e Rui Vitória no tetra, há outros denominadores comuns no sucesso. Percebe-se sim, que com Rui Vitória há mais estabilidade entre aquilo que é o modo de estar da estrutura benfiquista através do seu presidente e do seu actual treinador. Que houve o cuidado de escolher um treinador, que para lá de ter qualidade na perspectiva do clube benfiquista, tinha a receptividade e interesses comuns em termos de gestão dos recursos humanos do clube. E isso traz estabilidade que gera mais probabilidades de sucesso. A partir daí, o ciclo é mais lógico.
Por fim, estabilidade na luta da descida. Duas equipas que descem tiveram três treinadores. Não há coincidências…"
Este comentário, denota bastante AZIA, mesmo que pareça disfarçada.
ResponderEliminarO Rui Lança é Benfiquista.
EliminarAbraços