"Paços Ferreira-Feirense começou com flores, mas acabou à pancada
«Uma árbitra naquele jogo? Mas porquê, faltou alguém?» A minha filha de 13 anos estranhou ver uma mulher a arbitrar um jogo de uma liga profissional masculina.
Aconteceu sábado em Paços de Ferreira, na receção ao Feirense (1-2), jogo da Liga 2. Não só o a árbitra principal, Catarina Campos, mas também Andreia Sousa, Vanessa Gomes e Cristina Amaral tomaram conta da partida, que até ao apito final decorreu com normalidade.
Percebo o espanto da minha filha. É admirável alguém querer ser árbitro. E alguém querer ser árbitro em Portugal. Seja homem ou mulher. Mas não foi por isso que a minha filha ficou espantada – foi mesmo por ver uma mulher a ‘mandar’ e ‘misturada’ com homens. Já tinha estado noutros jogos masculinos e como VAR em profissionais, mas agora foi diferente. E isso é algo que ainda vai demorar a mudar, claro.
Do que já não gostei tanto, embora entenda, foi das homenagens antes do jogo: receberam flores, uma placa alusiva ao momento e também sacos com ofertas de ambos os clubes, como camisolas. Formada em comunicação social, nunca pensei que Catarina enveredasse por um rumo de ainda maior sofrimento, embora seguramente com mais saídas profissionais - há, naturalmente, falta de árbitros. Passou a ter maior exposição mediática, o que leva a entender perfeitamente que tenha as redes sociais privadas.
Mas para o que de certeza Catarina Campos não estava preparada foi ver um jogo que tinha começado com flores acabar em tumultos e pancada, desde o relvado até ao túnel de acesso aos balneários. Após o apito final, Emanuel Fernandes, do Feirense, festejou a vitória na bancada onde se encontravam os sócios do Paços acabando por 'incendiar' os ânimos.
A árbitra lá teve de entrar na confusão. Expulsou o guarda-redes do Paços, Marafona, e a discussão continuou a escalar conforme os dois conjuntos se aproximavam nos balneários, onde foram trocadas agressões. Nos próximos dias haverá seguramente castigos para as duas equipas, mas a maior penalização foi para Catarina Campos, que viu a sua estreia manchada por zaragatas infantis."
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