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sexta-feira, 29 de novembro de 2024

O fim da rassa


"Há uma coincidência tétrica entre o descalabro desportivo de três derrotas consecutivas e os problemas de saúde do antigo presidente Pinto da Costa, que há poucas semanas tinha publicado um testamento sobre os convidados para o seu funeral.
Como associou o poeta, é uma pronúncia do norte a confundir-se com o prenúncio de morte - cenário fantasmagórico que reclama exorcismo urgente num meio em que, como dizem os amigos de Vigo, “brujas si, que las hay, las hay”.
Muitos previram que o dia seguinte à queda do regime não seria bonito. A herança é pesada e exige tempo para o luto, considerando que chega às mãos dos sucessores completamente esfrangalhada. No Porto atual, após derrotas em campo, gestão danosa ou violência gratuita entre maus adeptos, o processo de refundação é obrigatório, como exercício de nojo em simultâneo com a montagem de um novo suporte de vida, o saneamento financeiro.
Porque a força interior do clube estará tão viva como um dia perpetuou outro dono da palavra que desarmou os maus augúrios sobre o destino ao escrever que as notícias sobre a sua morte eram evidentemente exageradas.
Rei morto, rei posto - longa vida ao Porto e ao seu novo presidente, o Luís André, que ousou intrometer-se num labirinto de interesses pessoais e de associações duvidosas que sobrevivia num sistema de intimidação e violência, mantido pela guarda pretoriana à custa dos bens do clube até ao nível da falência.
A essa forma de ganhar e ser poderoso deram o nome de “rassa portista”, a turbamulta da bancada das carpideiras, mas o lado bom do passado exige uma lápide limpa, honrosa e sem erros ortográficos."

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