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terça-feira, 29 de outubro de 2019

Marcar e gerir

"Bruno Lage foi mais racional que emocional. Preferiu guardar a vantagem a aumentá-la

Razão em vez de emoção
1. O Benfica não conseguiu encontrar soluções na fase de decisão para desequilibrar a bem organizada equipa do Tondela, tendo obtido o golo na melhor fase do seu adversário, no que foram as oportunidades de finalização. Com uma entrada pressionante, o Benfica na sua organização ofensiva deu muita profundidade a Grimaldo (quer em largura, quer por dentro). Esta profundidade associada por vezes a uma lenta recuperação defensiva, levou o Benfica a algum desposicionamento colectivo,  tendo o Tondela aproveitado para criar as suas melhores oportunidades de golo. Numa fase em que o Tondela começa a acreditar que pode marcar, aparece o golo do Benfica para tranquilizar e passar a girar o jogo de uma forma mais racional e menos emocional.

Organização ofensiva com bola
2. Benfica procurou alternar saídas de bola por fora e por dentro. Quando a saída era por fora as referências eram os laterais (mais vezes corredor esquerdo), quando a opção era sair por dentro as referências para ligar a primeira com a segunda fase de construção eram Florentino e Gabriel, tendo Taarabt a preocupação de procurar espaços entre linhas, fixando Seferovic próximo da baliza adversária. Corredor esquerdo com dinâmicas diferentes do direito. Grimaldo e Cervi muitas vezes trocados, ou seja, Grimaldo por dentro e Cervi na largura. No corredor direito, Pizzi normalmente a procurar espaços interiores e André Almeida a dar largura.

Organização defensiva sem bola
3. Se no processo ofensivo o adiantamento e envolvimento de Grimaldo criou alguns problemas à organização da equipa do Tondela, a sua recuperação defensiva ou a falta dela provocou alguns constrangimentos defensivos, isto porque, do outro lado estava uma equipa bem preparada para esta fase do jogo. Isto é, em transição procurava o espaço no corredor lateral, ou, quando Gabriel ou Ferro o preenchiam, explorava o corredor central onde ganhava superioridade numérica com o deslocamento de Gabriel. Quando era Ferro o Tondela ficava em igualdade em zonas de finalização.

Alterações/substituições
4. Por parte do Tondela as substituições trouxeram alterações tácticas e maior acutilância ofensiva, traduzida numa pressão mais alta e com maior número de elementos, embora sem conseguir claras oportunidades de golo. Por parte do Benfica as substituições foram mais conservadoras, até porque a vantagem era sua. Bruno Lage foi mais racional que emocional e percebeu que era mais importante guardar a vantagem que propriamente avolumar a mesma."

Armando Evangelista, in A Bola

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