Últimas indefectivações

sábado, 13 de julho de 2019

É a sina deles

"Não há realidade mais observada ao microscópio do que a do Sport Lisboa e Benfica. Não adianta fazer comparações, nem mesmo com os outros grandes da Europa. Nem Real, nem Barcelona, nem Manchester ou Bayern têm a sua vida exposta, analisada, difamada e empolada como o Glorioso tem. Além das dezenas de jogadores que são sempre apontados à equipa principal de futebol, tudo o que diz respeito ao maior clube português é motivo de análise, de intermináveis programas de debate, de horas e mais horas de comentários pouco preparados. Nome do estádio, receitas televisivas, vendas astronómicas e até uma possível modificação no emblema, tudo serve para criar ruído. Não tenho medo de questionar nem de ser questionado, a única coisa que receio é a estupidez humana. E nesse campo, há sempre muito a temer.
Do comentador que se baba de raiva (qual marido enganado) ao potencial candidato à liderança (que só sai da toca quando aparecem nuvens no céu), do director de jornal desportivo (que se deita todas as noites a pensar no Benfica) ao presidente de clube (que não consegue esconder o 'defunto' que antes ocupava o seu lugar), todos têm necessidade de opinar sobre o estado do Sport Lisboa e Benfica. Se há uma venda por 126 milhões de euros, questiona-se. Se um reforço conduz um carro azul, refere-se o caso, como se este clube fosse uma qualquer agremiação desportiva a viver do passado. O Benfica é a referência, o denominador de todas as conversas em volta do desporto que são obrigados a opinar não sabem o que fazer. Se não falarem do Benfica, ninguém os conhece; se só falarem das suas equipas, ninguém os ouve. Triste sina esta, a de viver eternamente à sombra de um gigante e procurar, em vão, pés de barro que possam ser atacados."

Ricardo Santos, in O Benfica

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