Últimas indefectivações

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Daqui não sai ninguém vivo

"O título deste editorial, tirado aos The Doors (é capa da biografia de Jim Morrison), é a verdade das verdades. Haja o que houver depois, a única certeza da vida é a morte.
É sempre com desgosto que nos despedimos de quem parte, mas quando o fim chega depois de uma caminhada terrena longa e preenchida, estamos apenas perante o rumo natural das coisas. Foi assim com Mário Wilson, cujas exéquias fúnebres se celebram hoje, um homem que deixou uma marca indelével em todos que com ele se cruzaram. Wilson, que juntou a extroversão do africano com a irreverência académica, foi um ser único, que conseguiu vencer num meio hostil sem nunca abdicar da natureza generosa e positiva que Deus lhe deu.
Mário Wilson, treinador campeão e vencedor da Taça de Portugal, seleccionador nacional e mestre em inúmeros clubes, foi um extraordinário homem de afectos, possuidor de uma intuição apurada e de uma inteligência emocional elevadíssima. Imagine, quem nunca privou com o 'capitão' alguém capaz de juntar esses atributos a uma espinha sempre direita e ainda a um conhecimento profundo do futebol!
De Mário Wilson fica, para os vindouros, o exemplo, é possível, embora não seja a regra, ter sucesso sem abdicar de princípios; é possível,embora não seja regra, ter sucesso sendo homem de palavra; é possível, embora não seja a regra, ter sucesso passando pela vida sem passar por cima de ninguém.
Um abraço ao filho Mário e aos seus discípulos Toni e Vítor Manuel, dois treinadores de quem o mestre sempre se orgulhou, pelo que fizeram dentro do campo e pelo que são fora dele."

José Manuel Delgado, in A Bola

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