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terça-feira, 20 de setembro de 2016

Futebol artístico na Campanha Pró-Estádio

"Artistas do cinema e da rádio deram espectáculo num desafio de futebol no Campo Grande.

Ao longo de 1953, foram muitas as campanhas de angariação de fundos para a construção do Estádio do Sport Lisboa e Benfica. Entre as várias iniciativas, realizou-se, a 21 de Março de 1953, um jogo de futebol entre artistas do cinema e da rádio.
O Campo Grande estava repleto, que até parecia 'que se ia jogar ali alguma partida de Campeonato'. Sob uma enorme ovação, as duas equipas entraram em campo equipadas 'à Benfica', uma com o equipamento principal e a outra com o alternativo branco. De um lado, a equipa do cinema, que tinha como capitão o antigo jogador benfiquista o actor Eugénio Salvador; do outro, a equipa da rádio, que era liderada pelo tenor Luís Piçarra, que viria, nesse mesmo ano, a imortalizar a canção 'Ser Benfiquista'.
O pontapé de saída foi dado pela belissima atriz Helga Liné e fê-lo com tanta energia, que o sapato saltou e foi parar mais longe do que a bola! Um momento bastante animado, que fazia prever um desafio igualmente divertido.
A assistência tinha agora a oportunidade de ver ao vivo grandes nomes do espectáculo a mostrar os seus dotes futebolísticos. E foi uma bela partida... e bem 'pregada, a quem não esperava que os seus ídolos fossem ignorantes da arte de bem chutar!'. O encontro decorreu animado, com 'Humberto Madeira (que), apesar do peso da barriga, se apoderava do esférico e «galgava ligeiro» um metro de terreno driblando a própria sombra', enquanto o 'Tony de Matos punha admiradoras de olhos em alvo, seduzidos pela elegância com que pontapeava'.
A equipa dos artistas de cinema venceu por 3-1, com dois golos de António Gonçalves e um de José Teixeira, que 'decidiram levar a coisa a sério em frente da baliza... e vá de atirar a bola de maneira que o Almeida Mendes foi «falar ao micro» lá para o fundo da baliza'. Os artistas da rádio só não ficaram a zeros porque 'Tony de Matos se enganou a certa altura e deu um chuto que valeu um golo'. Ainda tiveram oportunidade de reduzir a diferença no marcador através de uma grande penalidade sobre Luís Piçarra, que sofreu uma rasteira, mas o guarda-redes Tomás Macedo 'não foi em cantigas' e defendeu.
As artistas femininas não quiseram ficar de fora e também contribuíram para o êxito do evento, vendendo selos, vinhetas e postais durante o desafio. Foi mais uma iniciativa de sucesso a favor do Estádio da Luz, que pode ser recordado na área 17. Chão sagrado do Museu Benfica - Cosme Damião."

Ana Filipa Simões, in O Benfica

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