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sexta-feira, 19 de julho de 2024

O espelho de um país


"A nossa Seleção é representada maioritariamente por jogadoras que ou jogam no estrangeiro ou nos três principais clubes portugueses

A Seleção Feminina de Portugal empatou com a Bósnia, no penúltimo jogo da fase de grupos da Liga das Nações B, e desse empate resultaram duas boas notícias.
A primeira é que, apesar do resultado sem golos, Portugal garantiu o apuramento para voltar a jogar a Liga das Nações A, onde se encontram as melhores seleções europeias. O que nos permite jogar ao mais alto nível contra as melhores jogadoras e as melhores equipas e com isso construir um caminho de exigência máxima que nos leve a continuar a crescer e evoluir.
A segunda boa notícia é que vi muita gente, dentro e sobretudo fora da seleção, descontente com o resultado e com a exibição. Sinal de que a exigência está a subir e que já não nos contentamos ou que ficamos frustrados quando a vitória não aparece.
Esse nível de exigência tem de vir principalmente de fora. Dos adeptos, que gostam de ver bom futebol e já perceberam que o feminino proporciona bons espetáculos, dos clubes que investem para ter cada vez melhores condições – apesar de nesse particular faltar muito caminho – e melhores jogadoras.
Uma seleção nacional representa o espelho do futebol de um determinado país. A nossa Seleção – que jogou com Malta, na última terça-feira, apenas para cumprir calendário, preparando já o play-off de acesso ao Europeu – é representada maioritariamente por jogadoras que ou jogam no estrangeiro ou nos três principais clubes portugueses, aqueles que no fundo são sustentados por orçamentos que refletem décadas de aposta ao mais alto nível no futebol masculino. E é neste pormenor que todos nos devemos empenhar e batalhar. Só construindo um campeonato profissional, competitivo e com condições dignas, os restantes clubes conseguirão crescer, fomentar a competitividade e com isso abrir as portas das suas jogadoras na Seleção.
Foi com agrado que li as notícias que deram conta que as inscrições para as captações de jovens para o futebol feminino no FC Porto rapidamente esgotaram. Pode ter demorado, mas o FC Porto parece ter percebido o potencial de jovens jogadoras que existe na cidade do Porto e na região. E parece determinado a fazer as coisas bem feitas, começando a casa pelas fundações e não pelo telhado. Oxalá não se desvie do caminho."

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