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terça-feira, 7 de maio de 2024

Treinador? Não, obrigado


"Não tenho competência nem ambição para ser treinador de futebol e, tendo em conta o nível de conhecimento superior exibido atualmente, penso que estou ainda menos preparado para ser treinador de bancada. Vejo mais certezas do que dúvidas, com convicções tamanhas que me levam a questionar se os clubes deveriam recrutar os seus treinadores no mundo do futebol ou no Twitter. No banco, todos cometem erros, mas na bancada ou no café não falta quem acerte sempre.
Lembro-me bem do que foi dito sobre Xabi Alonso, quando perdeu 0-3 em casa frente ao FCP, no seu segundo jogo à frente do Bayer Leverkusen. Em 180 minutos, a avaliação do antigo médio estava feita: impreparado para treinar ao mais alto nível. Um ano depois, chovem elogios em cima do homem que conquistou a primeira Bundesliga para o clube alemão, superando inclusive o recorde de invencibilidade do gigante Bayern de Munique. Guardiola foi terceiro classificado na primeira época no comando do Manchester City. Didier Deschamps viu Portugal roubar o Campeonato da Europa à França em 2016, antes de vencer o Campeonato do Mundo em 2018. Não faltam exemplos de treinadores que falham objetivos e depois contribuem com um papel crucial para a conquista de objetivos ainda maiores, alguns aparentemente inalcançáveis. Os que nunca falham, normalmente, estão sentados no sofá.
No Benfica, Trapattoni foi o último treinador a despedir-se do Clube erguido em ombros. Todos os que se seguiram, mesmo os campeões, viram a sua competência colocada em causa pelos adeptos quando nada corria bem. Jesus, Rui Vitória, Bruno Lage e, agora, Roger Schmidt. Vale a pena refletir. A exigência é maravilhosa, mas o bom senso também."

Pedro Soares, in O Benfica

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