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segunda-feira, 6 de maio de 2024

José Mourinho, claro!


"O ‘special one’ faz falta; Pinto da Costa, atenção à porta dos fundos; Schmidt não faz desconto ao Benfica

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José Mourinho está mortinho por voltar a treinar e eu espero vê-lo já na próxima época numa grande liga — e se antes, durante o Euro, fosse possível que repetisse experiências passadas e comentasse numa televisão próxima de nós alguns duelos da Seleção Nacional na Alemanha…
Recordo o ar de espanto generalizado na redação de A BOLA na Travessa da Queimada quando Vale e Azevedo, em setembro de 2000, a mostrar que mesmo um relógio parado está certo duas vezes por dia, apostou num treinador especial para o Benfica ainda ninguém sonhava que se tornaria mundialmente conhecido por special one.
Assisti em trabalho a uma das primeiras sessões de Mourinho na antiga Luz. Aquilo que normalmente era uma obrigação profissional pouco prazerosa, porque os treinos repetiam-se sem quase nada de inovador, transformou-se num admirável mundo novo. Como esquecer, por exemplo, os irmãos Metralha, jogadores da equipa B promovidos para estimular a competitividade interna? «Os treinos no Benfica eram, no mínimo, caricatos. Diariamente, um grupo de bons rapazes dava uns toques na bola, fazia umas corridas e era tudo», eis a forma como caracterizou, à data, o balneário dos encarnados.
No verão de 2001, ao acompanhar a preparação de pré-temporada do UD Leiria, em Tábua, confirmei que aliava a métodos revolucionários personalidade fora do comum que já transparecera no esticar de corda com Manuel Vilarinho que resultou na saída do Benfica. Antes de um jogo — habitual naqueles tempos a encerrar os estágios — entre jornalistas, estudantes aspirantes a treinadores que seguiam os trabalhos e membros do staff do clube, alguns elementos da SAD leiriense começaram a aquecer ainda o treino decorria.
Lá do outro lado, Mourinho, sem o estatuto que goza hoje, apercebeu-se da invasão e expulsou os patrões de campo. Temi que a partida não se disputasse e que fosse obrigado a mudar a página já escrita para noticiar uma chicotada psicológica logo no defeso. Não foi o caso, o encontro iniciou-se mas terminou aquém da hora, ordem de Mourinho, cuja equipa guardava vantagem de um golo e sofria pressão que adivinhava o empate. Protestei, em vão.
«Jaques», assim me apelidou nas quatro linhas, quero acreditar porque tinha o potencial do avançado brasileiro acabado de chegar a Leiria, embora suspeite que teria a ver, isso sim, com a estatura elevada de ambos: «Querias empatar, queres ver...»
O futebol tem mais piada com ele e agora pouco me interessa discutir se está ou não atualizado — aposto que está, mas adiante. Se o objetivo do futebol continua a ser marcar mais golos que o adversário e vencer, contrataria José Mourinho para dirigir a minha equipa. Aliás, se conhecerem mais alguém que tenha conquistado uma Taça UEFA e uma Champions, em épocas seguidas, num clube português, avisem...

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Pinto da Costa deixou o Dragão na noite eleitoral pela porta da garagem, a forma como gerir a transição da SAD para André Villas-Boas ditará se sairá em definitivo pela porta dos fundos ou pela saída principal.

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«Para mim é muito claro que fico até 2026 no Benfica», sentenciou Roger Schmidt, na antevisão ao jogo deste domingo em Famalicão. Se fica ou não, veremos, certo é que, desde este sábado, ficou claro para Rui Costa que se prescindir do alemão não terá desconto na indemnização a pagar ao técnico."

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