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sexta-feira, 12 de abril de 2024

Homenagem à Benfica!


"HOJE E PARA SEMPRE SEREMOS TODOS SVEN-GÖRAN ERIKSSON

1. Com a frontalidade e a tranquilidade que sempre o caracterizou, Eriksson assumiu a doença que, disse, lhe dará no máximo um ano de vida. Não fosse essa frontalidade e essa tranquilidade e a homenagem que todos lhes vamos hoje prestar provavelmente não teria lugar e seríamos um dia surpreendidos com a notícia da sua partida. Obrigado pela oportunidade que nos deu de lhe fazer sentir que, neste ou noutro qualquer mundo, será sempre uma referência do Benfica e dos benfiquistas. Porque jamais se apagará da nossa memória coletiva!

2. Quando Eriksson foi contratado pelo presidente Fernando Martins, só não era um completo desconhecido porque tinha acabado de ganhar, para surpresa da Europa do futebol, a Taça UEFA ao comando do modesto Gotemburgo.

3. Muito avançado para a época, chegou a Portugal e logo se apresentou com um chapéu da Macieira na cabeça, coisa nunca vista até aí. Com um simples chapéu, mostrou que tinha já uma visão do que viria a ser o lado comercial do futebol no futuro.

4. Depois, que era o que mais interessava, revolucionou por completo o Benfica e o futebol português: - nos treinos inovadores - por exemplo, os de início de época com bola, uma completa novidade que muito espantou os jogadores, que se apresentaram para o primeiro treino de ténis convencidos de que iam correr os habituais kilómetros e mais kilómetros; - na tática arrojada, que deu ao Benfica os tais 30 metros que faltavam às equipas portuguesas fora de portas; - na mentalidade, que permitiu ao Benfica encarar olhos nos olhos os grandes clubes europeus - e que bela memória guardo daquela grande vitória em Roma, contra o futuro campeão italiano recheado de vedetas, jogado quase à hora do almoço e transmitido - coisa rara na época - pela televisão (a preto e branco). - na comunicação desempoeirada e direta, sem truques, que contrastou largamente com o que se fazia - e tanta vezes se faz ainda hoje - no nosso país.

5. Ganhou tudo o que havia para ganhar internamente, bateu recordes, esmagou adversários. Faltou-lhe - faltou-nos! -, porém, um título europeu, mas conduziu-nos a duas finais. A segunda mão da final da Taça UEFA, jogada em maio de 1983 contra o Anderlecht na Luz, é outra extraordinária memória que guardo do futebol daquele tempo: com muitas horas de antecedência e farnel a condizer, fui com um grupo de amigos na carrinha do saudoso músico Carlos Paião assistir ao jogo, sentados no cimento das bancadas e apertados como hoje não seria possível porque cabia sempre mais um. Que saudades desse tempo em que o futebol era do povo."

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