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segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Darwin Núñez, com fama e proveito


"Com três golos do avançado uruguaio, o Benfica voltou às vitórias na Liga, batendo (4-1) o Famalicão. As águias entraram a todo o gás e, aos 14 minutos, já venciam por 2-0, mas depois foram apáticas e permitiram que a equipa da casa reentrasse na partida. Mas a inclusão de Taarabt ao intervalo teve um efeito decisivo e, na segunda parte, os homens de Jesus acentuaram o mau momento da equipa de Ivo Vieira, que sofreu 11 golos nas últimas três jornadas

Desde que, no verão de 2020, Darwin Núñez chegou a Portugal, o avançado uruguaio tornou-se num dos principais temas de debate no seio do Benfica. Com um potencial físico fora do comum, a potência e agressividade do futebol do avançado foram, muitas vezes, tramadas por alguma precipitação na tomada de decisão, lesões e imperfeições técnicas, pecados que levaram a uma primeira campanha de águia ao peito sem a regularidade goleadora desejada.
No entanto, apesar de estar longe da sua maturidade futebolística, nos últimos meses tem sido possível ver um Darwin mais regular, particularmente na relação com a baliza adversária. A técnica em espaços curtos e a movimentação no último terço ainda têm por onde melhorar, mas se as partidas seguirem para o contexto que mais o favorece, o uruguaio pode ser letal.
Foi isso que sucedeu na vitória, por 4-1, do Benfica em Famalicão. Perante uma equipa da casa a viver um péssimo momento defensivo, como se vê por ter encaixado 11 golos nas últimas três jornadas, Darwin esteve imparável, com três golos que devolvem os lisboetas à rota das vitórias no campeonato, após a derrota no dérbi.
A meio de um dezembro cheio de compromissos de elevada exigência, Jesus lançou no onze dois nomes pouco habituais. Seferovic, que ainda só tinha somado duas partidas a titular na temporada, e Diogo Gonçalves, que não jogava de início desde outubro, fizeram parte do onze inicial. No entanto, nenhum deles teve um encontro feliz, sendo, ambos, substituídos ao intervalo. A temporada do suíço continua a ser difícil: ainda não fez mais do que uma parte em nenhum desafio de 2021/22.
O Famalicão é a única equipa do campeonato que ainda não ganhou em casa, não conseguindo derrotar o Benfica desde a já distante temporada 1992/93. E estas indicações negativas foram logo acentuadas nos primeiros 15 minutos do jogo.
A velocidade e qualidade de Rafa e Darwin deixaram exposta uma defesa que vinha de sofrer três golos do Portimonense e quatro do Gil Vicente. Logo aos 6', o uruguaio recebeu a bola à entrada da área, livrou-se de Penetra e rematou para inaugurar o marcador. Oito minutos volvidos, André Almeida lançou Rafa no espaço, com o atacante a picar por cima de Luiz Júnior, conseguindo Darwin, em esforço, desviar a bola para dobrar a vantagem dos visitantes.
O 2-0 pareceu adormecer o Benfica, que nos minutos seguintes concedeu muitas facilidades sem bola. A pressão na saída de bola do Famalicão era muito passiva, conseguindo a equipa da casa chegar ao último terço com bola controlada com muita facilidade. Pêpê, com a sua técnica elegante, dominava as operações no miolo, enquanto Banza e Bruno Rodrigues incomodavam a defesa do Benfica com as suas movimentações agressivas.
Já depois de Banza, por duas vezes, ter ameaçado a baliza de Vlachodimos, o Famalicão chegou, de maneira natural, ao 2-1 ao minuto 25: cruzamento da direita de Ivo Rodrigues e Bruno Rodrigues, solto de marcação, desviou para confirmar a boa reacção dos homens de Ivo Vieira.
Logo a seguir, o autor do golo do Famalicão roçou o empate, mas Vlachodimos respondeu com uma grande defesa - apesar do 4-1 final, é legítimo dizer que, ao evitar o empate, o grego voltou a ter papel muito relevante. Ao intervalo, era evidente que, para evitar sobressaltos de maior, Jesus teria de reagir, sob pena de evitar que um jogo que começou com facilidades se pudesse complicar ainda mais.
E Jorge Jesus reagiu. Diogo Gonçalves, condicionado por um amarelo desde os 3', e Seferovic, muito apagado, deram os seus lugares a Gilberto e Taarabt, numa dupla substituição com impacto imediato.
O Benfica passou a jogar com três médios, com o marroquino mais perto de João Mário e Weigl, conseguindo fazer uso do seu transporte de bola para, nos primeiros 10 minutos da etapa complementar, resolver a questão a favor dos visitantes.
Poucos segundos de segunda parte haviam decorrido e Taarabt, com um bom passe, serviu bem Rafa Silva, que se livrou de Riccieli e, com qualidade, atirou para fazer o seu 10.º tento na temporada - mais do que os nove que apontou em toda a época anterior.
10 minutos depois do 3-1, o Benfica aplicou fórmula semelhante para selar o resultado final. Taarabt voltou a galgar metros, demonstrando as dificuldades que o Famalicão sentiu para se adaptar à sua entrada, combinando a dupla formada por Rafa e Darwin para que o uruguaio atirasse para o 4-1. O avançado sul-americano chegou aos 14 golos na temporada, 11 deles na I Liga, competição na qual, na temporada passada, só fez seis tentos.
Nos últimos 30 minutos do jogo, Jesus centrou as atenções nos muitos compromissos que preenchem um dezembro de calendário recheado, dando descanso a Rafa, João Mário e Grimaldo. O relaxe do Benfica levou o Famalicão a ameaçar reduzir a diferença, mas nem Marcos Paulo nem Pedro Marques tiveram a melhor pontaria.
Assente em entradas fortes em ambas as partes e no talento de Rafa e Darwin, o Benfica conseguiu uma importante vitória num campeonato no qual as equipas da frente praticamente não estão a desperdiçar pontos. Perante um Famalicão que deixou a nu os problemas defensivos que têm complicado a vida a Ivo Vieira, a eficácia de Darwin foi a melhor notícia que Jesus poderia receber."

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