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domingo, 19 de maio de 2019

O futebol feminino

"Será que a mulher é o futuro do futebol? Estamos a poucas semanas do Campeonato do Mundo de Futebol Feminino (7 de junho de 2019, em França). O primeiro jogo entre duas equipas femininas (Escócia e Inglaterra) teve lugar em Edimburgo, em 1881. Em 1894, surge a primeira associação de futebol feminino, a Bristish Ladie’s Football Club.
O futebol feminino exportou-se e atravessou o canal da Mancha para ganhar a França em 1910, a Rússia em 1911 e a Espanha em 1914. Em Portugal, não existem muitos registos sobre a participação feminina na modalidade, mas aponta-se o ano de 1935.
Os estudos científicos sobre o futebol feminino são escassos e a obtenção dos dados é mais restrita do que o futebol masculino. O estudo francês de Laurence Prudhomme-Poncet, Histoire du football féminin au XXème siècle (2003), é uma obra que ilustra vontade em estudar o fenómeno, mas, com a escassez de dados sobre o futebol feminino a nível internacional, limita-se a apreender a sua história sob o prisma francês ou, quanto muito, europeu.
Os primeiros obstáculos do futebol feminino surgem logo nos primeiros tempos. Os argumentos não faltam: o dever de maternidade, a violência da modalidade desportiva, pois poderiam danificar os “atributos preciosos do seu organismo”, a sua fisiologia considerada especial não lhe permitiria fazer movimentos e esforços muito violentos.
A história do futebol feminino é particular, que continua na sombra do futebol masculino. Isso pode-se explicar, em parte, pelo investimento tardio das instituições futebolísticas, nomeadamente da FIFA. Face aos problemas encontrados, o futebol feminino soube adaptar-se e desenvolver-se, criando muitas diferenças relativamente à história do futebol masculino, mas também pela sua geografia e hierarquia desportiva.
O “desporto-rei”, sob o prisma masculino, não o é menos se se conjuga no feminino, fato que os estudos esquecem muitas vezes. As reticências são ainda fortes, marcadas pelo sexismo. A importância dos investimentos económicos e humanos é também menor, deixando um fosso entre os homens e as mulheres, tanto a nível amador como profissional, regional como internacional."

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