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quarta-feira, 13 de junho de 2018

Todo um Mundial num só continente

"As últimas décadas têm produzido significativas alterações nas diferentes áreas de actividade, provocando uma vertiginosa evolução neste nosso mundo. O futebol não lhe escapa! A tentativa de projectar o futuro com base num histórico, estatística ou relação causa-efeito traduz-se num exercício de grande improbabilidade.
Apesar de todas as vicissitudes e acontecimentos passados, o continente europeu soube ajustar-se e fortalecer as suas economias com base num projecto inovador. A massiva injecção financeira que daí adveio, na maioria dos clubes europeus, tornou os seus campeonatos nos mais exigentes e competitivos do Mundo, atraindo, qual ‘buraco negro’, a maioria dos praticantes de gabarito dos vários continentes, transformando as provas nacionais em competições de alta qualidade. No Mundial na Rússia, a Europa faz-se representar com 43% das selecções, 60% dos treinadores e 71% dos jogadores actuam nos seus clubes.
A alternância do sucesso nas fases finais dos Mundiais entre países europeus e sul-americanos, fruto do confronto entre os seus principais representantes, tenderia agora a desequilibrar-se. No entanto, a realidade actual acima invocada levará a que não sejam de menosprezar as razões que atraem ao espaço europeu jogadores das mais diversas regiões do planeta, pois proporcionam condições, ritmos e competitividade só aí possíveis, o que resulta para estes numa significativa evolução. Este facto, no ‘regresso’ às suas representações nacionais, pode vir a constituir-se como elemento equilibrador. Sem reduzir o peso das candidaturas de países como Alemanha, França ou Espanha, o facto de selecções como as do Brasil, Argentina, Nigéria e Senegal terem na sua composição mais de 75% de jogadores que vêm beneficiando desta condição, acentua esta probabilidade.
Portugal, embora ocupando um espaço periférico do território europeu, não escapa a este fenómeno. A nossa selecção vive, seguramente, o seu melhor ciclo. A consecutiva presença nas fases finais de Europeus e Mundiais dos últimos anos, por contraste com um passado de inconstância, tal confirma. 
O nosso país vê a sua competição interna caracterizada pela assimetria e mediocridade, com níveis organizacionais muito questionáveis e lideranças acomodadas ao presente estado das coisas. Os melhores jogadores emigram em direcção aos grandes emblemas europeus, potenciando aí as suas qualidades para níveis que internamente jamais alcançariam. Cristiano teria sido o mesmo jogador caso tivesse permanecido em Portugal?
Aproveitar o trabalho de outros que, inteligentemente, e nas suas mais diversas vertentes, elevam o futebol a patamares que, para nós, são ainda e só uma miragem, contribuiu para que Portugal se sagrasse campeão europeu. Reunimos, pois, condições para uma participação de referência na fase final que se avizinha. A excelência da qualidade individual dos elementos que compõem a actual Selecção, associada à liderança muito qualificada de Fernando Santos, tal deixa adivinhar."

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