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quarta-feira, 10 de maio de 2017

«Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém»

«Aos 80 anos, o bicampeão europeu e vencedor de oito campeonatos nacionais (duas vezes tricampeão) está a viver com muita felicidade a hipótese do inédito tetra do Benfica. Glória das águias acredita que haverá festa já no sábado, apesar do respeito que o V. Guimarães exige. Só deseja mais uma coisa: sucesso europeu

- Benfica pode conquistar o primeiro tetracampeonato. Como glória do clube e como benfiquista, o que sente?
- Como se costuma dizer, cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Mas, na verdade, este é um momento importante até porque é inédito. Fui duas vezes tricampeão e nunca tetracampeão. Sinto-me mobilizado para participar, como todos os benfiquistas, neste título honorífico.

- Acredita que vai haver festa no sábado?
- A equipa tem capacidade para vencer o V. Guimarães. Quem não acredita depois de tudo o que foi feito até aqui? Penso que o Benfica será no sábado, sim. Vamos sem receios e acreditando que podemos festejar. Os jogadores também não passam ao lado do que é publicado e dito e, naturalmente, quem entrar em campo estará motivadíssimo. Depois, o Rui Vitória conhece bem o V. Guimarães, que já treinou, e saberá passar  para os jogadores todas as características do adversário e a melhor forma de ultrapassá-lo.

- A que se deve o sucesso do Benfica?
- Deve-se aos jogadores, à equipa técnica, ao Rui Vitória e também a Luís Filipe Vieira, que criou todas as condições, de forma activa e criativa, para que tudo pudesse acontecer. Também não posse esquecer o 12.º jogador - a massa associativa, que esteve sempre ao lado da equipa.

- É possível comparar em qualidade a equipa que podem chegar tetra com aquelas em que jogou?
- São épocas distintas, não há qualquer comparação, seja a nível técnico ou táctico. Os jogadores da minha altura eram muito bons e os actuais também são bons. Agora como antigamente trata-se de equipas valorosas que conseguiram ganhar contra o adversário com muito valor. O futebol progrediu de uma forma geral e é injusto fazer essas comparações.

- Mas tinha lugar nesta equipa.
- Não vou dizer que não tinha. Ainda seu jogar, falta-me é alguma velocidade (risos). Joguei no Benfica, ganhei muitos títulos, andei por todo o lado, fui seleccionador nacional, treinei em Portugal, Espanha e Marrocos, sei do que estou a falar. Então o Eusébio não jogava nesta equipa? Claro que jogava.

- Qual o jogador que mais gosta da equipa actual?
- Com sinceridade, não passo deixar de falar no Luisão, 14 anos não são 14 dias. Merece o nosso respeito e o nosso apoio. Muitos jogadores, com 36 ou 37 anos, ainda sentem que podem jogar. Mas fazê-lo ao mais alto nível, no Benfica, não é para todos. Nós, benfiquistas, devemos admirá-lo e estimá-lo. E, depois, também gosto do Salvio, do Raúl Jiménez ou do Cervi. São excelentes jogadores. Os nossos dois laterais, ainda miúdos, Nélson Semedo e Grimaldo, já são estrelas. E tenho de falar também do Ederson. Neste momento, é um dos melhores guarda-redes na Europa. Ainda é novo mas já tem muita qualidade e muita sabedoria.

- O que falta a este Benfica?
- Estive em cinco finais da Taça dos Campeões e ganhei duas e gostava de não morrer sem ver o Benfica campeão europeu outra vez. E acredito que isso pode acontecer em breve. A situação actual do Benfica é motivadora para todos os que trabalham para o clube."

Entrevista de Nuno Paralvas, a José Augusto, in A Bola

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