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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Dinâmica das alas

"O dramático final da última temporada abalou até aos alicerces a confiança encarnada, levando os adeptos a encarar esta época com muito cepticismo.
Um dos problemas da equipa reside nos defesas laterais. O Benfica tem comprado “resmas” deles – Luís Filipe, Carole, Emerson, César Peixoto, agora Sílvio e Cortez – e nenhum serve. Fizeram-se sucessivas adaptações como Fábio Coentrão, Rúben Amorim, Melgarejo, André Almeida... Como explicar esta vertigem?
A questão é que Jorge Jesus exige muitíssimo dos laterais. Têm de defender como defesas de raiz e atacar como extremos puros. Muito do futebol de Jesus assenta na dinâmica das faixas, nas tabelas e trocas de posição constantes entre os laterais e os extremos. Por isso, na época passada, vimos Maxi e Melgarejo muitas vezes a atacar – e Salvio e Ola John a defender.
Mas esta dinâmica obriga os laterais a um esforço tremendo e tecnicamente muito complexo. Ainda por cima numa equipa como o Benfica, em que é proibido falhar.
Dirão os adeptos: se é assim tão difícil, então mude-se a táctica! Ora, atenção: nessa dinâmica das alas assenta boa parte do futebol envolvente de Jorge Jesus. Um futebol que, além de espectacular, tem revelado uma eficácia notável: em quatro anos, o Benfica passou de 23.º no ranking europeu para 6.º. Nenhuma outra equipa subiu tanto. Não é, pois, de ânimo leve que se mudarão os princípios de jogo.
Só que é dificílimo encontrar jogadores que cumpram a preceito esta missão. Escrevi há semanas que com Danilo e Alex Sandro o Benfica teria ganho o campeonato e talvez a Liga Europa. Mas os encarnados conseguirão ter laterais a este nível?"

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