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quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Não há plantel que resista a tanto jogo



"Nos quatro primeiros jogos do campeonato, a soma dos minutos de compensação dados pelos árbitros no final das primeiras e das segundas partes dos jogos em que interveio o FC Porto já vai em 76 minutos.

Foram muitos os memes e as anedotas que circularam nas redes sociais mal acabou o jogo deste domingo no Dragão, entre o FC Porto e o Arouca, a contar para a quarta jornada da primeira liga de futebol. Num dos muitos que recebi podia ler-se que um comentador brasileiro dizia que ir jogar ao Porto para o campeonato nacional de futebol era “igual a fazer entrega em camião no Rio de Janeiro: você sabe que vai ser roubado mas tem de ir na mesma”.
A notícia em destaque no dia seguinte, ontem, segunda-feira, era a de que o FC Porto vai protestar o jogo e reclamar a repetição do encontro, atendendo à farsa montada nos últimos minutos de um desafio em que os Dragões, depois de terem desperdiçado uma grande penalidade sacada pelo avançado iraniano Taremi já bem para além da hora, acabaram por chegar à igualdade ao minuto 90+19 (sim, noventa mais dezanove), sendo que o árbitro concedera 17 minutos de tempo de compensação – e o jogo ainda haveria de durar mais 4 minutos e não houve um único cartão amarelo mostrado por perda de tempo. Mutatis mutandis, é como se um carteirista se arrogasse o direito de apresentar queixa contra a vítima porque a carteira que lhe roubou estava vazia; ou como o agressor que corre a apresentar queixa na Polícia contra o agredido, antes que este apareça a dar nota do ocorrido.
Nos quatro primeiros jogos do campeonato, a soma dos minutos de compensação dados pelos árbitros no final das primeiras e das segundas partes dos jogos em que interveio o FC Porto já vai em 76 minutos. E, se lhes juntarmos os descontos no outro jogo oficial, referente à Supertaça frente ao Benfica (que ao todo foram 18 minutos), a equipa azul-e-branca já leva mais um jogo (94 minutos) nas pernas do que todas as outras.
Tirando o primeiro jogo, com o Moreirense (em que os portistas ganharam por 2-1 dentro dos 90 regulamentares), nos restantes três o FC Porto marcou sempre nos descontos, garantindo duas vitórias (uma aos 90+4, 2-1 frente ao Rio Ave, e a outra aos 90+10, 2-1 com o Farense) e, agora, um empate (aos 90+19, 1-1 com o Arouca). Só na final da Supertaça, o tempo de compensação não valeu de nada.
Por este andar, e mesmo que não consiga levar por diante a repetição deste e de outros jogos em que a farsa possa vir a reeditar-se, o FC Porto habilita-se a acabar a época com mais uma vintena de jogos do que os seus rivais. Por isso, Sérgio Conceição que se cuide. É que não há plantel que resista."

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