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sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Sonhar com o título mundial


"João Paulo Correia, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, escreve sobre o Campeonato do Mundo no Qatar.

Além de presença habitual no maior torneio da modalidade, Portugal conquistou, aos olhos de muitos, lugar no conjunto dos favoritos ao título mundial. Os resultados consistentes dos últimos anos, um plantel repleto de qualidade e um dos melhores da história do futebol ao serviço da equipa. Tudo razões que apontam a nossa Seleção como uma das candidatas e, ao mesmo tempo, confere-nos o direito a sonhar com a conquista do Mundial.
O futebol português afirma-se ao mais alto nível. O trabalho de excelência das seleções, clubes, dirigentes, jogadores e treinadores tem somado títulos e reconhecimento ao longo das últimas décadas e nos pontos mais diversos e distintos do globo.
O Espanha’82 foi o primeiro Mundial a que assisti, pela televisão. No país vizinho, a “magia” de algumas seleções e o génio de Platini, Zico, Sócrates, Falcão, Boniek, Maradona e Rossi deliciaram espectadores, fizeram história e marcaram muitas gerações. O Mundial de 82 foi dos mais belos espetáculos da história do futebol.
Há 40 anos, Portugal não era uma presença habitual do maior torneio da modalidade. E é nesta comparação temporal que evidenciamos a evolução do futebol português. Uma evolução igualmente assinalada pela força da candidatura conjunta de Portugal, Espanha e Ucrânia à organização do Mundial2030.
Com o Mundial em marcha, seria desejável estarmos exclusivamente tomados pela pura expectativa dos resultados e pela prestação dos jogadores. Contudo, a escolha do Qatar para a organização do Mundial de 2022 reúne hoje largo protesto, concretamente porque atenta contra os valores mais intrínsecos ao desporto.
A decisão do Comité Executivo da FIFA foi tomada há 12 anos, a 2 de dezembro de 2010. Uma decisão marcada, como se sabe, por suspeitas e investigações que ainda não se encontram totalmente concluídas.
O debate da atualidade em torno deste Mundial está tomado pelo desrespeito por direitos e liberdades. O Qatar continua a não cumprir com os direitos humanos. E este protesto não pode ser silenciado pela euforia do Mundial.
A Seleção Nacional apurou-se com pleno mérito para a prova. A presença dos responsáveis políticos do país nos jogos da Seleção representará isso mesmo, o apoio à Seleção, que veste a nossa bandeira, e nunca representará qualquer apoio ou cumplicidade com o desrespeito pelos direitos humanos. Exatamente como em torneios desportivos internacionais anteriores."

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