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quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Bancadolândia


"Das sombras saem lições

Temos de ser humildes, bater no peito e assumir a nossa quota-parte de responsabilidade: algumas das injustiças desportivas decorrentes de comentário ou da análise imediatista provém da teimosia tentação de nos determos perante o óbvio mais reluzente e valorizarmos os últimos instantes da ação, seja uma assistência, uma finalização ou uma aparatosa intervenção de quem tem nas mãos o papel de trancar balizas. Apressamo-nos a ligar os holofotes e a apontá-las na direcção dos atores que avistamos de forma instantânea no primeiro plano das ocorrências que alimentam narrativas ou sentenciam epílogos. Nesse afã, tantas e tantas vezes nos esquecemos das sombras e da sua relevância no curso de um jogo, no suporte da lapidação de um lance transcendente, nos muitos quilómetros percorridos para anular /criar espaços, no toque ou na finta suave que desequilibra e aquece o rastilho para o apuramento de um vencedor, etc.
Em Matosinhos, onde o Benfica no passado domingo, 25 de Setembro, conquistou a 7.ª Supertaça feminina de futsal do seu palmarés, a igualdade no marcador, a partir do 1-1, resistiu enquanto houve tempo para que a bola circulasse de pé para pé na quadra. E da sombra do protagonismo desta final emergiu a estratégia luz da decisão. Chegado o momento de desempatar através da marcação de grandes penalidades, Ana Catarina, a melhor guarda-redes do mundo, passou o testemunho e confiou a missão entre os postes a Marta Costa. Essa reeditou o desempate que teve um dos momentos capitais da final do último Campeonato celebrado pelas pentacampeãs nacionais, e foi bem-sucedida na baliza, uma autêntica muralha!
'A Marta provou que é a melhor guarda-redes portuguesa a defender penáltis', afirmou, convicta, a melhor do mundo na posição, Ana Catarina. 'É uma coisa trabalhada. Estava nervosa, a perna a tremer, mas conseguimos. Defendi duas, mas podia ter defendido mais', retorquiu Marta Costa, no balanço das grandes penalidades, em ambiente de tremenda felicidade coletiva suscitada pela obtenção de mais um troféu. Se no ano passado foram as formidáveis estiradas de Ana Catarina que permitiram às águias segurar a vantagem e erguer a Supertaça, desta vez, nas raízes de novo êxito, o destino brindou-nos com um lembrete que nunca é demais, especialmente num arranque de temporada: todas e todos contam!"

João Sanches, in O Benfica

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