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sábado, 1 de junho de 2019

Sub-20: o fracasso precisa de uma explicação

"O que fica depois do insucesso?

A passagem da selecção sub-20 pelo Mundial da Polónia foi um fracasso retumbante.
Não há outra forma de o dizer.
O estrondo foi ensurdecedor e a frustração foi violenta. Afinal de contas esta é, também ela, uma geração dourada: campeã europeia de sub-17 e sub-19, uma selecção coberta de grandes valores e que se habituou justificadamente a ganhar.
Cair no Mundial ao fim de três jogos, num grupo aparentemente acessível, com a Coreia do Sul e a África do Sul, foi um insucesso atroz.
Sobretudo para quem alimentava tantos sonhos.
Por isso é importante, se possível o quanto antes, perceber o que falhou.
Não se trata de perceber por que razão Jota falhou um penálti ou Diogo Queirós acertou na trave: trata-se, isso sim, de perceber por que razão a selecção foi tão poucas vezes uma verdadeira equipa. Porque é que o talento individual não teve correspondência.
Nesta altura não há inocentes: os jogadores, claro, a equipa técnica, a Federação, os clubes e até os empresários. Há vários culpados que explicam porque esta equipa não teve o sucesso prometido. Acima de tudo todos parecem, em algum momento, não ter feito as melhores escolhas para capitalizar o talento em sucesso.
Por isso é impreterível que haja uma explicação para este fracasso.
Os jogadores precisam disso. Depois de terem falhado na maior montra de toda a formação, é indispensável que haja uma justificação que preserve o crédito deles.
É fácil perceber que as gerações de 89 e 91, em Riade e em Lisboa, nunca teriam sido o que foram se antes não tivessem conquistado o Mundial de juniores. Foi aquele expositor que lhes deu embalo para depois se tornarem apostas efectivas nos clubes.
Esta geração de 99 não vai ter isso: neste momento é só mais uma geração que prometeu muito e não cumpriu. Mas a verdade é que a fornada de 99 é de facto notável.
Tem um talento em bruto admirável.
Convém que eles, os jogadores, mas também os treinadores, a Federação e os clubes não se esqueçam disso. Para manterem as expectativas – e, já agora, o futuro – intactas."

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