Últimas indefectivações

sábado, 1 de junho de 2019

Quando o silêncio é sinal de liderança

"Luís Filipe Vieira que deu a cara nos momentos mais difíceis optou pelo silêncio na hora dos foguetes dando o palco a jogadores e treinador

Disse aos meus amigos sportinguistas que era mais improvável o Sporting vencer o FC Porto este ano na final da Taça do que na época passada o Aves bater o Sporting. Falhei redondamente. No Jamor acontecem coisas improváveis e foi um sábado engraçado na Taça.
Bem sei que para os azuis e brancos este é historicamente um jogo que não interessa muito, disputado no «municipal de Oeiras» e sem grande relevo, mas para todos os demais clubes e adeptos trata-se de um dos maiores objectivos da época.
Parabéns ao Sporting e ao seu treinador pela conquista e pela forma cívica com que festejou. Keiser foi dos primeiros a dar os parabéns ao campeão e deve ser dos primeiros a merecer os parabéns pela sua conquista. Um terceiro lugar no campeonato, uma Taça da Liga e uma Taça de Portugal fazem desta a melhor época do Sporting dos últimos 18 anos, com o reconhecimento devido a Frederico Varandas. Para uma instituição que há um ano vivia entre a ala psiquiátrica dum manicómio e a guerra civil, há méritos evidentes no caminho traçado.
Hoje em dia no futebol português é preciso ser muito radical para defender a moderação. A angústia deste FC Porto, tão agressivo na comunicação e tão frágil na concretização, não me adianta muito. A mim interessa-me o Benfica e a forma como se preparam as novas conquistas. Em primeiro lugar porque acredito que o melhor plantel, a melhor equipa, têm mais hipóteses de vencer o campeonato. Acredito por isso que nas opções do próximo mês estarão as premissas para uma boa conclusão do próximo campeonato. Manter a base vencedora deste ano e contratar de forma cirúrgica parece-me uma estratégia imaculada. Na qualidade das nossas compras está o tamanho da nossa ambição europeia.
A entrevista de Rui Costa explicou bem os detalhes do 37, a entrevista de Domingos Soares de Oliveira desvendou as condições existentes para as próximas vitórias, o silêncio de Luís Filipe Vieira na hora de estrondosa vitória mostra como saber liderar é tão importante. O presidente que deu a cara nos momentos mais difíceis (desportivamente e institucionalmente) optou pelo silêncio na hora dos foguetes e deu o palco a treinador e jogadores com uma elegância que só por miopia ainda não foi elogiada. Este silêncio de Luís Filipe Vieira é demonstração de liderança e de sageza."

Sílvio Cervan, in A Bola

Sem comentários:

Enviar um comentário

A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!