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segunda-feira, 18 de março de 2013

A descolagem da águia

"Podia ser uma semana marcante para o campeonato e foi. O Benfica aumentou a vantagem pontual para o FC Porto, reforçando nesta jornada boa parte daquilo que já se pressentira nos jogos europeus. Os dragões não conseguem desatar os nós que eles próprios geram e os encarnados mantêm um grau de eficácia e capacidade de reacção elevados. As diferenças começaram aqui e estenderam-se à forma como encararam as partidas. Em Guimarães, o Benfica não cedeu à pressão.
Apesar de uma meia-hora inicial com dificuldades para agarrar o jogo (ter Tiago Rodrigues como "polícia" de Matic causou alguns problemas), o facto é que a equipa encarnada, depois de acertos óbvios, passou a gerir a partida da forma que lhe interessava. Chegou a ganhar ao intervalo, mas seria na segunda metade que arrancaria para uma exibição de clara superioridade em todos os aspectos.
Pode dizer-se que a expulsão de Kanu facilitou o trabalho (no mesmo minuto em que Garay assinou um golo tecnicamente irrepreensível), mas a verdade é que já muito antes o Vitória tinha esvaziado a sua capacidade de ripostar. O Benfica foi sempre um conjunto com uma atitude afirmativa, nunca caindo na armadilha da ansiedade. E venceu categoricamente.
No Funchal assistimos, por parte do FC Porto, precisamente ao oposto. Uma equipa com marcas psicológicas visíveis do afastamento da Champions, uma vez mais sem "motor" (a ausência de João Moutinho é um dos dados mais importantes nesta fase da época, pelas consequências que se detectam , aliada ao facto de ter perdido Atsu logo no início da partida, transformou este desafio frente ao Marítimo num perigo permanente.
Nem mesmo quando conseguiu vantagem o FC Porto foi suficientemente seguro de si próprio para evitar que os madeirenses empatassem quase de seguida. O que vincou ainda mais a tal insegurança que já se manifestara antes. Depois, o constatar-se que há várias pedras deste xadrez que estão muito longe do exigível (James é um bom exemplo) e outras que não respondem nos momentos cruciais, como Jackson, um repetente neste tipo de decisões. Para cúmulo (e isto é um elogio) os dragões tiveram de enfrentar um Salin de altíssimo nível, e não apenas na grande penalidade.
Mas a crueza da realidade actual também pode ser vista de outra maneira, nada abonatória para os dragões. Basta lembrar que as duas grandes penalidades falhadas por Jackson, com Olhanense e Marítimo, mandaram fora quatro pontos que, neste momento, manteriam os portistas colados ao Benfica no topo da classificação.
Quando faltam sete jornadas para fechar o campeonato, o cenário é claramente favorável aos encarnados. Não definitivo, mas favorável. Sobretudo porque não é crível que Jorge Jesus volte a cair nos mesmos equívocos da época passada com a gestão do plantel. Está a fazê-lo, desta vez, de uma forma muito mais racional, mesmo levando em linha de conta a ambição assumida na Liga Europa.
As próximas cinco jornadas podem fazer do Benfica o virtual campeão, pois se chegar ao Dragão com quatro pontos de avanço, "neutraliza" o desafio frente ao FC Porto (mesmo com uma eventual derrota seguiria para a última ronda isolado na dianteira). Está tudo nas suas próprias mãos.

PS : E os petardos continuam. Já não há qualquer desculpa para os dirigentes desportivos e as autoridades acabarem com isto nos estádios de futebol."

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