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sexta-feira, 30 de setembro de 2022

A braçadeira de Ronaldo


"O capitão da Seleção Nacional voltou a não estar à altura da responsabilidade. Não se trata, sequer, de uma questão de rendimento em campo. Isso é outro tema. Trata-se, sim, de todos termos visto Cristiano Ronaldo falhar uma vez mais nos pontos onde estava absolutamente proibido de ceder:
1 - na assunção das responsabilidades,
2 - na capacidade de liderar,
3 - na necessidade de emergir num momento de dificuldade.
O capitão de Portugal fez tudo ao contrário, de novo. Esbracejou em campo com os colegas, desapareceu de imediato após o apito final e ainda se permitiu desfazer-se da braçadeira como se ela não tivesse o valor – que não é apenas simbólico – que efetivamente tem. CR7 faz, literalmente, o que quer e lhe apetece. Porque, em Portugal, não tem um treinador como Ten Haag – que pensa pela própria cabeça e que não se deixa capturar por nenhum dos homens que comanda. Muito menos pelos amuos de uma estrela que, objetivamente, está a empalidecer e se recusa a aceitar a realidade.
Não foi apenas o episódio da braçadeira a marcar negativamente a noite de Cristiano Ronaldo na derrota frente à Espanha, em Braga. No final do jogo, o capitão voltou a fugir aos jornalistas, tal como já acontecera, por exemplo, após o desaire com a Sérvia, no Estádio da Luz, que nos afastou a qualificação direta para o Mundial do Catar. Nessa noite, tal como agora em Braga, coube aos “Rubens Dias” assumir o momento e aparecer, de lágrimas nos olhos e com o lábio a tremer, em frente aos jornalistas para explicar o inexplicável.
O capitão, esse, escapou entre o barulho das luzes e, mais tarde, como é habitual, mandou a irmã dar uns “tiros” no Instagram. Não é de líder. Mas desconfiamos que, na Cidade do Futebol, ninguém se vai preocupando muito com isto. Ou, então, ainda ninguém teve coragem para fazer o que se impõe.
O selecionador nacional também vive dias difíceis. Está, há muito tempo, debaixo de duras críticas e a verdade é que não consegue inverter a situação. Também aqui, tal como no caso de Cristiano Ronaldo, o problema vai muito para além do que se passa no relvado. Fernando Santos está a falhar em diversos planos e um deles é, claramente, o da comunicação. Geriu mal a situação de Rafa – ou foi mal aconselhado – e confirmou que está em “má forma” na conferência de imprensa que se seguiu ao jogo com a Espanha.
Perante uma pergunta que nem sequer tinha a “malícia” com que foi interpretada, o selecionador nacional – sentindo-se acossado, inseguro, sem soluções – optou pela via mais fácil: “A mim isto não me belisca nada. Tenho contrato até 2024.” Deu para ficarmos a saber onde Fernando Santos tem a cabeça e qual é a sua prioridade.
Não é, de todo, o Mundial do Catar."

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