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terça-feira, 23 de novembro de 2021

O Benfica do limbo para o prelo


"A transformação do jornal do Clube em revista, a sua saída de circulação e a alegria do seu retorno às bancas

A gerência do Benfica de 1998/99 considerou as assinaturas e vendas do jornal do Clube e da revista O Benfica Ilustrado estagnadas, motivando, assim, uma reforma e modernização.
Criou-se, portanto, um suporte material em forma de revista, conforme um estudo promovido pela Direcção, tendo em conta 'o panorama editorial dos grandes clubes europeus, nomeadamente o Manchester United, Barcelona, Liverpool ou Real Madrid'. Com o nome Benfica, publicar-se-ia mensalmente com a tiragem de 100 mil exemplares: 20% destinados para venda e 80% distribuídos gratuitamente pelos sócios.
As vozes dividiam-se. Uns viam no Jornal um formato obsoleto que apresentava notícias desatualizadas, 'ainda para mais de forma (...) neutra', inadequado dada a existência de 'três diários desportivos de (...) maiores dimensões e tiragens'. Outros lamentavam a quebra de 'uma reserva moral' e 'de um forte elo de ligação' ao Clube.
A revista foi lançada em Maio de 1999, continuando a numeração do jornal. Ao longo dos meses de tiragem, a principal queixa da revista foi o seu foco dominante no futebol, marginalizando as modalidades e outras actividades do Clube, sem cobertura de imprensa escrita ou radiotelefónica.
Em Agosto de 2000, a revista Benfica foi interrompida, dadas as despesas que apresentou ao longo de quinze edições. Anunciou-se que passaria a ser editada 'em parceira com um grupo económico líder de mercado (...) de publicações periódicas', desta vez sem distribuição gratuita pelos sócios.
O plano não avançou, pois as eleições benfiquistas de 27 de Outubro de 2000 puseram fim à gerência que preterira o jornal que se publicava desde 1942. A sua publicação retornou meses depois, no 97.ª aniversário do Clube, para gáudio dos benfiquistas que o viam como um símbolo e um contributo para 'o restaurar da esperança' benfiquista.
'O bom filho a casa torna'! Para o Benfica, este era o seu espelho e voz pública. O seu papel determinante reflete-se sobretudo tendo em vista a dimensão internacional do Clube. Segundo os leitores, com o jornal podiam saber qual o rumo seguido pelo Benfica em todas as suas vertentes, como 'um escudo', porque 'podemo-nos defender e elucida-nos sobre o que acontece no Clube'.
'Bem patrimonial e espiritual de valor ímpar', o seu retorno foi bem-visto e agradecido, testemunho que, acompanhando o presente, deixa gravado para o futuro a sua história.
Saiba mais sobre a história da comunicação do Clube na área 16 - Outros Voos, do Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

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