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segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Benfica, ideias para o presente e futuro



"Os chineses podem trazer investimento mas é nas nossas ex-colónias que está o futuro em todas as vertentes. Eles sabem e sentem o Benfica tal como nós.

Este sábado realizam-se mais umas eleições no Sport Lisboa e Benfica. Da lista apresentada por Rui Costa, não deixa de ser curioso perceber que se optou por uma aposta na transição ao invés do início de um novo ciclo o que faz crer que estaremos perante uma fase de teste à capacidade de liderança do presidente, o que deixa antever que daqui por 4 anos teremos umas novas e animadas eleições provavelmente com outros protagonistas. A mim, como simples sócio e independentemente do que foi dito no debate (à hora a que o mesmo se realizou já esta crónica tinha sido escrita), cumpre-me ir votar, (na lista da continuidade, em protesto ou em branco), mas também (e uma vez que tenho este espaço) o meu contributo através das ideias e da partilha de alguns pontos chave que gostava de ver implementados no clube.
A começar pela marca Benfica. Este devia aliás ser um dos pontos fundadores de qualquer direção empossada. A visão para o presente e para o futuro, a forma inovadora com que se procuram novos produtos para o merchandising e o respeito que se deve ter para com o símbolo, a identidade e as cores do clube, seja nos equipamentos ou em qualquer outro que se venda nas lojas. Acredito ainda que o presidente devia ter ordenado assim como os administradores ou direção. Que começasse por uma base razoável mas que pudesse ser incrementado através de bónus de produtividade desportivas e financeiras. Desconfio sempre de pessoas que alocam todo o seu tempo ao clube e depois não ganham nada em troca. Prefiro que ganhem do que se metam em negociatas menos claras para retirar dividendos. Como ponto de partida a tão propalada auditoria externa já devia ter sido posta em marcha há muito e deveria ter sido disponibilizada antes das eleições. Seria uma forma de transparência, quem não deve não teme. Acompanho a vontade de modernizar o espaço por dentro e de o melhorar por fora até no critério com que se escolhem os parceiros de restauração e comércio.
A nível desportivo uma estratégia clara em duas vertentes fundamentais para o presente e o futuro. Formação e scouting. Na formação (de jogadores e treinadores), ao contrário de muitos não acho necessário esse tal modelo tático estanque que percorra todas as camadas porque o futebol está sempre a mudar e a reinventar-se mas a forma como se formam e se retiram as melhores características para cada jogador ser coerente e baseada na ciência e no conhecimento (com os laboratórios Benfica) mas também na experiência com o acompanhamento de velhas glórias do clube que incutam a mística que os diferencia. No scouting a preparação de uma equipa altamente profissionalizada e acordos em países emergentes com pontos focais locais que possam estender a nossa rede para descobrirmos talento mais cedo e com mais assertividade. As novas tecnologias aqui têm um papel fundamental seja neste processo como na modernização de toda a nossa amplitude comercial que nos pode levar para outros mercados. Também na comunicação é fundamental desenhar uma estratégia assente nos nossos valores e na nossa história feita por quem sente o clube e consegue passar esse sentimento para fora e para dentro.
Um modelo para as Casas do Benfica. Menos votos e mais condições. Vejo casas do Benfica no estrangeiro completamente ao abandono e outras sem apoios. Esses espaços não precisam de 50 votos precisam de acompanhamento e de uma estratégia. Uma aposta forte nas modalidades e na sua sustentabilidade em estreita ligação com a Missão Olímpica, apostar nas novas e revitalizar algumas históricas (ciclismo, rugby, surf, skate ) através da criação da cidade das modalidades num trabalho de base que deve partir do desporto escolar. Um redirecionar da nossa visão para os Países Africanos de Língua Portuguesa. Em vez de gastarmos toda a nossa energia em mercados que nunca sentirão o Benfica, desenvolver uma verdadeira Visão Eusébio acompanhada por um trabalho profundo da nossa Fundação. Formação e deteção de talento, escolas, cativar as comunidades locais e aumentar a nossa expressão. É por aí que podemos e devemos crescer. Os chineses podem trazer investimento mas é nas nossas ex-colónias que está o futuro em todas as vertentes. Eles sabem e sentem o Benfica tal como nós."

1 comentário:

  1. "Um redirecionar da nossa visão para os Países Africanos de Língua Portuguesa. Em vez de gastarmos toda a nossa energia em mercados que nunca sentirão o Benfica, desenvolver uma verdadeira Visão Eusébio acompanhada por um trabalho profundo da nossa Fundação. Formação e deteção de talento, escolas, cativar as comunidades locais e aumentar a nossa expressão. É por aí que podemos e devemos crescer. Os chineses podem trazer investimento mas é nas nossas ex-colónias que está o futuro em todas as vertentes. Eles sabem e sentem o Benfica tal como nós."

    Pensei que fosse o único a lamentar isto. O Benfica nos últimos anos quase que foge da sua identidade. É raríssimo ver jogadores de origem africana nas nossas equipas, quando se olharmos para trás, os vários períodos de sucesso que tivemos sempre tiveram algum cunho africanos em alguns jogadores.
    Se olharmos para o campeonato francês, eles conseguem sempre descobrir grande s talentos nas suas ex-colónias. Nós, raramente conseguimos puxá-los para cá. Veja-se o caso de Camavinga, angolano. Provavelmente se tivesse vindo para Portugal não tería atingído o nível atual.

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