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sábado, 20 de fevereiro de 2021

O despertador já tocou


"A arbitragem portuguesa de futebol profissional cobre-se de ridículo a cada semana que passa. Já não é apenas a falta de qualidade dos seus intervenientes no campo e nos gabinetes, a mediocridade estende-se - e de que maneira! - a quem faz de videoárbitro. Não vou entrar em nomes ou lances específicos, o problema é transversal a toda a uma classe. E aqui fica um abraço para quem, injustamente, couber nesta generalização. Por uns, pagam todos, é assim que se lida com o corporativismo.
A arbitragem nacional profissionalizou-se, foi mediatizada, um árbitro chegou a presidente da Liga de Clubes, vieram os meios tecnológicos, e pensou-se que tudo iria entrar nos eixos. Só que não.
De que estão à espera os responsáveis pela arbitragem em Portugal (através dos seus Conselhos na Federação e na Liga) para dar um passo em frente? O abismo está mesmo ali, já não têm nada a perder. Atirem-se, não para o vazio, mas para uma solução revolucionária - marquem uma posição, seja pioneiros.
Olhem para o râguebi, caramba. O sistema auxiliar de vídeo (TMO) em ligação direta aos árbitros de campo, e estes em comunicação aberta com os jogadores e público (no estádio e em casa) é um dos melhores exemplos de transparência no mundo do desporto. As decisões são explicadas no momento em que acontecem, não dão azo a horas e horas, páginas e páginas, de análises por 'peritos'. È o que é, ponto final.
Têm medo de quê? De que se ouçam uns palavrões? Com os estádios vazios, isso já é perfeitamente normal nas transmissões televisivas. E choca-me muito mais um penálti por marcar por incompetência do que um palavrão bem aplicado numa discussão.
Acordem enquanto é tempo, senhores e senhoras árbitros. Aceitem a mudança e o transparência, protejam a vossa profissão, deixem que vos ouçam no campo, a defender as vossas decisões. Ou é disso que, afinal, têm medo?"

Ricardo Santos, in O Benfica

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