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segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Pizzi, tão raro

"A assistência no clássico, sim, mas sobretudo muito mais Se o leitor olhou para o título e pensou que este artigo se justifica pela assistência feita para o golo que decidiu o clássico, deixe-me que lhe diga desde já que não está totalmente certo.
Quer dizer, também não está totalmente errado: aquela assistência de cabeça, no espaço entre dois adversários, é um tratado de inteligência, visão de jogo e pragmatismo.
Esta temporada, e em apenas sete jogos para o campeonato, Pizzi já coleccionou quatro golos e quatro assistências: esteve, portanto, em oito dos quinze golos da equipa.
São números muito bons e que provam a qualidade do médio.
Mas, repito, não é só isso que justifica este título. Afinal de contas, os bons jogadores vão aparecendo felizmente com alguma cadência.
O que torna Pizzi num jogador raro é tudo junto.
É antes de mais a qualidade, claro: os golos, as assistências, a inteligência, a visão de jogo, os passes longos e curtos, a entrega ao futebol, a coragem, o gosto pelo risco, a determinação com que surge quando é preciso a abrir linhas de passes, a pedir a bola, a assumir a coordenação do jogo.
Mas é também tudo o que nem sempre se vê no relvado: a dedicação ao Benfica.
Pizzi acabou de completar 29 anos, já está na fase madura da carreira e, que eu me recorde, nunca se leu notícias de que gostava de sair, que queria aproveitar para fazer um grande contrato ou que queria experimentar outro campeonato.
À excepção de um desabafo na época passada no Dragão, quando pontapeou uma garrafa à chegada ao banco, também não me lembro de o ver reagir mal a uma opção técnica. Houve essa vez, sim, ao sétimo jogo em que foi substituído naquela temporada, mas foi uma reacção invulgar e prontamente sanada. Depois disso Pizzi voltou a ser o que sempre foi.
Formou com Jonas a melhor dupla do campeonato, fundamental nos dois últimos títulos do Benfica, mas soube reagir à ausência do brasileiro para assumir a liderança da equipa em campo.
Pizzi é um daqueles jogadores raros e acredito que foi por isso que a Luz se levantou a aplaudi-lo quando foi substituído no clássico deste domingo.
Nada mais justo, de resto."

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