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sexta-feira, 8 de junho de 2018

Boa sorte, ‘Lucho’

"Luis Suárez foi um cromo incontornável no Mundial de há quatro anos. A imagem da mordidela em Chiellini foi aquela que mais perdurou no planeta mediático, até mais do que a mão diabólica de 2010 contra o Gana. De facto, a dentada tornou-se viral em toda a parte e acabou por o queimar, inclusivamente no retardamento da sua estreia pelo Barcelona, o clube por quem assinou depois de uma época em que jogou uma barbaridade pelo Liverpool.
Acreditem, porém, que não foi o incidente com o defesa italiano que mais me impressionou, ou aquele que ficou mais vincado nas memórias da Celeste no Mundial do Brasil. Isto porque ainda hoje tenho uma veneração muito particular pelos dois golos estrondosos que marcou na Arena Corinthians à Inglaterra, na baliza de Joe Hart.
Honestamente, não sei eleger qual foi o melhor deles, mas sei que ambos foram celebrados por ‘Lucho’ com uma emoção inacreditável, muito pela recuperação que ele fez em tempo recorde da cirurgia ao joelho, um mês antes. Um mês! E lembram-se a quem ele foi dedicar, não se lembram? 
Era muito cedo fazê-lo jogar com a Costa Rica na primeira jornada. E também por não o terem em campo acabaram por perder contra os Ticos. O atacante messiânico tinha de voltar no jogo seguinte e fê-lo de uma maneira bem impressionante, com a Inglaterra. Isso, sim, é uma história “daquelas”, mas que acabou meio abafada pelo momento de insanidade com ‘Chiello’.
Ou seja, Luis Suárez, agora na Rússia, vai fazer algo que não teve possibilidade de fazer há quatro anos: começar o torneio logo no seu exórdio. Será em Ekaterimburgo, contra o Egipto, que, por sua vez, talvez não tenha Salah disponível para a estreia por causa da maldita lesão no ombro, resultante da projecção de Ramos em Kiev.
Tenho um carinho especial por Tabárez e é com muita admiração que o vejo no banco do Uruguai. Se os ‘charrúas’ têm a identidade de futebol que têm, devem-na ao longo trabalho do “Maestro’ na Celeste. Mas estes são tempos de mudança, em que o seleccionador também se preocupou em juntar centrocampistas que tivessem melhor controlo de bola que anteriores titulares como Diego Pérez, Arévalo Ríos, Álvaro González ou o simbólico Pablo García.
Hoje, Bentancur põe logo outro perfume e Torreira, craque da Sampdoria nas últimas duas épocas, é uma formiguinha já comparada a Verratti, também pela associação rápida ao passado comum no Pescara. Torreira pode não tirar logo o lugar a Vecino, médio mais físico do Inter, mas ter ficado à frente de Valverde na convocatória já é indicativo da fasquia que ele pode vir a estabelecer.
Há boas sensações no futebol uruguaio. E esta ideia de ver médios mais esclarecidos na linha de quatro unidades também faz com que Cavani não tenha de fazer tantas vezes os movimentos de recuo que eram típicos de Forlán na coexistência com Suárez. Cavani não é segundo-avançado, mas vai ter de os fazer e isso limita-o.
Mas tudo o que puder servir para que o atacante do PSG não tenha de insistir em demasia nas deslocações para zonas exteriores, vai beneficiar a equipa. Suárez e Cavani devem estar perto da baliza e é na aproximação da grande área que a bola lhes deve chegar. Com melhores médios a gerar uma boa circulação de bola até ao ataque, a bola já poderá chegar mais finalizável para os dois predadores da frente."

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