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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Pizzi é o primeiro jogador transgénero do futebol português (...) tem uma explicação para isto

"Svilar
Felizmente para os benfiquistas, Rui Vitória tem andado a ler The Gardener and the Carpenter, livro da psicóloga Alison Gopnik. A máxima do livro é simples: um pai deve ser um jardineiro e não um carpinteiro. Ora bem, o carpinteiro vê um guarda-redes talentoso e pensa que tem o poder de o transformar como se este fosse um bloco de madeira. Nada mais errado. É um facto que existem alguns troncos neste plantel, mas Svilar não é um deles. Já o jardineiro vê o seu papel de modo mais humilde, limitando-se a criar as condições ideais para que o guarda-redes cresça no seu habitat natural, de acordo com leis superiores a todos nós. Até pode ser que corra mal, mas há que louvar. 

André Almeida
Exibição muito equilibrada com alguns momentos acima da média. Níveis de concentração elevados nas tarefas defensivas. Em suma, André Almeida soube explorar muito bem o facto de não ser o Douglas.

Luisão
Aguentou 69 minutos sem um lance digno da expressão “este gajo tá demasiado velho para isto”. É uma melhoria significativa face à sua última presença no onze titular. Quando as coisas correm mal, é um idoso acabado que já devia ter terminado a carreira. Quando correm bem, é uma voz experiente que importa ter no relvado e bate recordes a cada jogo que passa. Não sei quanto a vocês, mas nós já nos habituámos.

Rúben Dias
Não gosto de pessoas que utilizam demasiadas vezes a expressão Top, mas acho que há momentos na vida em que a emoção leva a melhor e, subitamente, imunes a qualquer espécie de embaraço, damos por nós a dizer alto e bom som: Top Top Top, sem vírgulas nem letras minúsculas, mem’assim, tájaver? É uma espécie de entrada a pés juntos em antecipação aos formalismo da língua portuguesa. É um pragmatismo sem o qual muitos de nós já não conseguem viver. Ao invés de vos dizer que me faltam as palavras para qualificar Rúben Dias, direi antes que me resta apenas uma, a triplicar: Top. Top. Top.

Eliseu
repararam que há sempre um problema qualquer com os adeptos em Guimarães? Hoje calhou a Eliseu ser insultado por adeptos vimaranenses. Coincidência das coincidências, há uns tempos foi Nélson Semedo É triste, porque se alguém devia ter criticado Eliseu hoje são os benfiquistas. Sim, tenho saudades de Grimaldo, mas não por este ser caucasiano. Há muitos adeptos de futebol que, tal como eu, têm vontade de aplaudir um clube - que não os três grandes - capaz de encher o seu estádio em quase todos os jogos. Por outro lado, talvez devessem pensar em deixar meia dúzia de cadeiras vazias.

Fejsa
As exibições de Fejsa querem-se entediantes como a de hoje. O sérvio não é especialmente bom a atacar e também não tem que ser vistoso a defender. Fundamentalmente, Fejsa deve estar em campo, percorrendo aquela zona do terreno que une os blocos. Não, estou a falar dos blocos conhecidos como vitória e empate. Se querem táctica leiam o Lateral Esquerdo. Ora bem, Fejsa deve ocupar essa zona do terreno e permanecer aí o máximo de tempo possível. Quando tal não acontece, o Benfica sofre mais golos e perde mais jogos. Rui Vitória fez bem em demonstrar isso mesmo ao substituir um dos melhores em campo.

Krovinovic
Anda o Pizzi nas suas crises existenciais e eis que surge Krovinovic, um craque que acaricia a bola sem complicar, que levanta a cabeça não para pensar no próximo jogo, mas para descobrir linhas de passe, que trabalha durante a semana e demonstra o que aprendeu. É bom demais para ser verdade. Deve estar quase a ser preso por assédio sexual.

Salvio
Um péssimo dia para quem gosta de criticar o Salvio. Regressou aos golos, designadamente de belo efeito, e às boas exibições numa das pouquíssimas vitórias esta época a fazer lembrar aquele Benfica capaz de discutir títulos. Como se isto não bastasse, foi o seu quinquagésimo golo em jogos oficiais ao serviço do Benfica. Podíamos falar dos dez lances individuais em que o argentino se perdeu, mas a verdade é que costumam ser cinquenta.

Diogo Gonçalves
Todos sabemos que não é superior a Cervi, Rafa ou Zivkovic. Por outro lado, a culpa de termos uma dúzia de extremos não é dele. Já agora, de quem é? E porque é que não adaptamos estes extremos a laterais? O Chalana descobriu o Miguel, não foi? Esta época Rui Vitória ainda só conseguiu descobrir Douglas e Pedro Pereira. Agora pensem. Continuando, Diogo Gonçalves continua a apresentar elevados níveis de entrega que dificultam a elaboração de uma crítica menos construtiva aos vários lances em que decide mal, sob pena de sermos injustos com o miúdo. Aguardemos serenamente pelo primeiro sinal de displicência.

Pizzi
O primeiro jogador transgénero do futebol português. Depois de uma época do género craque que manda nisto tudo, Pizzi meteu os papéis todos e, sem qualquer justificação lógica, decidiu assumir-se no género centrocampista com problemas existenciais. Atenção. Nada nos move contra a fluidez sexual, mas devemos impor limites à orientação técnico-táctica. Quanto aos progressistas que acham que isto é só uma fase má do Pizzi, podem meter a viola no saco.

Jonas
Qual Jonas, qual quê. Chamem-lhe Moisés, meus amigos. Abriu as águas do Mar Vermelho aos 22 minutos. A partir de hoje, somos todos judeus a caminho do Marquês de Pombal. O backoffice da Tribuna Expresso não aceita hashtags, mas aqui fica: #rumoao37

Samaris
Digam lá a sério. Quem era aquele tipo?

Cervi
Pareceu-nos ligeiramente mais alto.

Jiménez
Parece-nos ligeiramente mais dispensável."

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