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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Entrevista de Domingos Soares de Oliveira

"«A nossa facturação está entre 230 a 250 milhões»
-Pela primeira vez em muito tempo, entre os três grandes, o Benfica é aquele que apresenta (de acordo com os Relatórios e Contas do primeiro semestre da temporada) o orçamento com menores custos com o pessoal. A tendência é para tentar manter nos próximos anos?
- A tendência é continuar a manter os custos com pessoal controlados. Relativamente aos rivais, não significa que tenhamos de ser sempre os terceiros. Queremos manter os gastos dentro daquilo que são as recomendações da UEFA, que é ter gastos com pessoal em 50, 60 por cento do total de receitas operacionais. E isso temos conseguido ao longo dos últimos anos.

- Uma das promessas para este mandato é fazer equivaler o passivo (situa-se próximo dos 440M€) a um ano de facturação (situa-se nos 200M€, aproximadamente). Não é uma promessa demasiado ambiciosa para um tão curto período?
- Aquilo que é o nosso objectivo, e foi referido pelo presidente, é que o passivo sujeito a encargos financeiros (passivo bancário), mais empréstimos obrigacionistas, seja equivalente a uma ano de facturação. Esse passivo sujeito a encargos financeiros situa-se hoje na casa dos 300 milhões de euros, menos até, fruto da redução de 13 milhões de euros no primeiro semestre. A nossa facturação, sem novas operações, está entre os 230 e os 250 milhões de euros. Pode ser que entretanto aconteça uma venda antes do fecho do exercício, portanto, estamos muito perto de conseguir esse equilíbrio. É claro que o objectivo é continuar a redução da dívida - este novo empréstimo obrigacionista é apenas para substituição de dívida bancária - e entretanto continuaremos a fazer os reembolsos de outras linhas existentes. Caminhamos claramente para estas duas linhas se cruzarem dentro de pouco tempo.

- Não será uma ambição demasiado arrojada?
- Não, é perfeitamente exequível. A capacidade que o Benfica tem tido de gerar mais receitas é digna de registo. Em 2004, quando entrei no Benfica, tinha o presidente acabado de ser eleito, tínhamos um total de receita de 40 (milhões de euros). Hoje temos 240. O que se comprova é que, trabalhando as vertentes certas, é possível fazer crescer o nível de facturação. Não temos novos empréstimos desde 2014. O que tem sido feito desde então é reduzir a divida. Estas duas tendências mantendo-se - então há razões para a pensarmos que não vão manter-se - permitirão ter essa ambição, que não acho arrojada, mas prática.

- Na temporada anterior, 60 por cento da receita do Benfica foi obtido no mercado internacional. Em 2016/17 confirma-se esta tendência ou houve alguma alteração na proporção?
- Tivemos no primeiro semestre 50,4 por cento da receita gerada fora da portas. Para isso contribuiu muito, evidentemente, a boa performance em termos de competições europeias. E depois há uma série de outras áreas que são relevantes. Há duas formas de crescer nas receitas internacionais. Uma é com a venda de jogadores. Veremos o que fazemos no final do ano, mas, entretanto, tivemos as vendas de Gonçalo Guedes e Hélder Costa, que permitem recuperar a tendência de a maior parte da receita gerada fora de portas. A segunda tem a ver com os projectos de internacionalização que temos em curso neste momento e que têm a ver com os mercados asiáticos e americano. São dois mercados importantes e, embora não seja algo que se vá fazer sentir em termos de volumetria no curto prazo, nós acreditamos que dentro de pouco tempo teremos algumas dezenas de milhões de euros a serem gerados nesses mercados.

- Até que ponto a saída da Champions nos oitavos-de-final comprometeu algum objectivo financeiro para este exercício?
- Quando fazemos o orçamento, posicionamos o Benfica para atingir os oitavos-de-final. Isso não significa falta de ambições, significa objectividade que tem de ser introduzida num documento tão importante como o orçamento. Esse resultado foi alcançado e, portanto, não afecta o orçamento, vai ser cumprido. Se tivéssemos saído mais cedo, sim, teria implicações, se tivéssemos saído mais tarde, naturalmente teríamos um benefício como no ano anterior. Isso tem a sua relevância hoje, mas terá a relevância muito maior no futuro, porque, como se sabe, no ciclo 2018-2021 as verbas que vão ser distribuídas pelos clubes que estiveram nas competições europeias vão crescer significativamente. A aposta no orçamento em função dos 'quartos' ou 'oitavos' é importante, mas falhar esse objectivo o significará, claramente, um rombo maior nos clubes que estejam dependentes competições europeias.

- Neste quadro, a Champions tem um peso tão significativo na facturação do Benfica quanto as transferências?
- Os clubes desenvolvem-se com três grandes áreas de negócio: comercial, patrocínios e tudo oque tenha a ver com receitas de bilhética e Media TV - este tem um sub-grupo, que são direitos televisivos e receitas televisivas das competições europeias. Os clubes portugueses criaram um quarto vector, que é o 'trading' de jogadores, que passou a ter una importância grande. Em termos de vendas de jogadores, os valores mostram que temos feito entre 60 e 80 milhões todos os anos. As receitas da Champions andam na casa dos 30, 35 milhões de euros. A diferença é que, no próximo ciclo, a mesma performance que o Benfica teve o ano passado, de chegar aos quartos-de-final que representou 35 milhões de euros em prémios, poderá ser superior a 70 milhões.

- Entre os grandes o Benfica é o único que já tem o novo contrato televisivo em vigor. Como está a ser feita a gestão dessa receita durante tantos anos reclamada?
- As receitas entram dentro das receitas normais. Tudo o que vem de direitos televisivos não é canalizado para reduzir passivo. Em determinada altura, chegámos a equacionar, com o contrato de 400 milhões de euros, fazer o desconto desse contrato. Mas a análise que fizemos foi reduzir a dívida a zero comprometendo as gerações futuras sem essa receita, era algo que não nos sentíamos confortáveis. Por outro lado, há o que chamo disciplina de dívida. Ter dívida não é uma coisa obrigatoriamente má. A dívida custa hoje, em termos médios, 5, 6 por centro. Com estas operações que estamos a fazer, como o novo (empréstimo) obrigacionista, estamos a tentar reduzir para valores mais próximos dos 4 por centro. Se conseguir, com o montante que tenho, fazer investimentos que me rendam mais do que esses 4 por centro, isso é um bom benefício. Ao contrário de outros clubes, não temos um grande accionista.

- Qual é o ponto de situação em relação ao contrato com a NOS, que o Benfica já afirmou querer rever e melhorar?
- Não houve desenvolvimentos. Temos um bom contrato, não me canso de dizer isso. O contrato tem um conjunto de premissas e, quando este assunto, comparado com o outros de clubes, foi colocado em cima da mesa em termos de opinião pública, houve uma componente emotiva, que se gerou em vários sectores, inclusivamente dentro do Benfica. A decisão das partes foi deixar acalmar este processo, porque não podemos negociar quando há emoções fortes no trabalho, num futuro próximo - não sei quando, porque não está nada marcado -, teremos uma conversa.

- Não tem havido conversas?
- Não, porque não temos tido necessidade. Não estamos numa situação de carência. O contrato está a ser executado, os jogos têm sido transmitidos pela BTV e a NOS tem pago aquilo que é devido e em tempo devido, às vezes, fazendo uma antecipação. Não há nenhuma urgência neste momento. O que queremos é que o assunto, no momento certo e com a calma necessária, seja abordado. Temos agora uma situação nova, que vai arrancar em Julho. Os jogos têm sido transmitidos pela BTV, mas não quer dizer que seja assim no futuro. A NOS tem a faculdade de poder dizer se quer que os jogos se mantenham na BTV ou passem para a Sport TV ou um canal de desporto que queira a lançar. Será uma boa altura para conversar.

- Nos últimos tempos tem surgido um assunto incontornável, até porque a resposta nunca tem sido definitiva ou esclarecedora: é mesmo possível avançar para a venda do nome do Estádio da Luz?
- Este assunto está em cima da mesa praticamente desde que entrei. Já tem mais cabelos brancos do que eu! Temos propostas do mercado internacional, não há qualquer empresa portuguesa neste momento que tenha relevado apetência pelos números que temos. Consegui-se vencer uma barreira ao longos dos tempos, que foi desmistificar a situação de uma marca, sobretudo portuguesa, ter de estar nos três (grandes) ao mesmo tempo. À medida que o tempo passa, há marcas que só estão no Benfica, a Repsol está no Benfica e no FC Porto, a Luz Saúde só está Benfica... Há patrocinadores que apostaram num único clube e não têm retorno negativo. Não há uma reacção anti uma marca só por patrocinar os meus rivais.

- Pergunto, então, qual o valor que pode valer a presença de uma marca no estádio do Benfica?
- Os namings dos estádios, pelo que temos visto em termos europeias, salvo honrosas excepções, situam-se entre os 4, 5, 6 e os 10 milhões de euros. Depende muito do que a marca vai querer fazer como o naming. Uma das coisas que valorizámos quando vendemos o patrocínio das camisolas à Emirates foi, o facto de não sermos uma marca vista apenas por estes 10 milhões de habitantes.

- O Futebol Campus já ultrapassou os 150 milhões sem vendas de jogadores. É inevitável que o caminho seja este ou é apenas um fase, voltando o Benfica a uma estratégia de há 10 anos, em que essa não era uma prioridade?
- Temos de manter a aposta na formação, quer em termos do que fazemos no Futebol Campus quer com o que tem a ver com a nossa política de 'scouting'. Há excepções, casos de Jonas, Júlio César, jogadores já maduros que entraram no Benfica. Se virmos o padrão médio das contratações, além do que temos na formação, é um padrão de 18, 19, 20, 21, 22 anos. O objectivo é termos a possibilidade - não é que seja mandatório - de poder gerar mais-valia com esses jogadores, quer através daqueles que temos com o 'scouting' quer aqueles que temos no Seixal. Quanto mais conseguirmos desenvolver o nosso negócio sem a venda de jogadores, menos necessidade temos de vender. Agora, temos de ter a noção das diferenças entre os grandes clubes. O Man. United, neste último relatório da Deloitte, facturou qualquer coisa como 689 milhões de euros - admito com o Brexit e alterações entre libra e euro esse valor possa baixar um pouco. O que se percebe é que os grandes clubes, pelo menos os três maiores, Barcelona, Real Madrid e Man. United, estão a caminho de facturar mil milhões. Até 2020 isso vai acontecer de certeza.

- Há o perigo de haver um atraso irremediável...
- Não podemos perder esse caminho. Se hoje conseguimos gerar 150 (milhões), 160 ou 170 sem vendas de jogadores e conseguimos chegar aos 240, 250 com vendas, se anulássemos as vendas de jogadores, ficávamos hoje com um total de receita disponível para investir em salários que seria significativamente menor do que a desses grandes clubes. Não podemos deixar que o 'gap' aumente. Ele vai aumentando em valor, mas temos definido que o nosso objectivo de crescimento tem de ser igual ao dos cinco grandes - estão a crescer em média 8 por cento ao ano, nós também. Entre o 16.º e o 20.º estão a crescer 6 por cento ao ano, portanto, estamos a crescer mais do que os menos grandes do top 20. A nossa esperança é, em determinada altura, não depender tanto da venda de jogadores, que hoje representa 25 por centro do total de receitas. Agora, não consigo traçar um cenário em que o Benfica deixa de ter necessidade de vender jogadores. Outra coisa é manter os jogadores mais tempo aqui. Bernardo Silva, Renato Sanches e João Cancelo são três exemplos de jogadores que tiveram de sair muito cedo. Se pudermos melhorar o aproveitamento do rendimento desportivo, fá-lo-emos.

- Quanto é que custa ao Benfica, por ano, a manutenção do centro de estádio do Seixal?
- Sem amortizações, é um encargo de cerca de 5 milhões de euros. Mas há amortizações que devem ser consideradas, claro. O investimento total que foi feito é de aproximadamente de 20 milhões de euros entre a obra inicial e contando já com todos os melhoramentos que entretanto foram feitos, sendo uma amortização feita ao longo de 40 anos.

- A venda do Gonçalo Guedes em Janeiro acabou por ser inevitável ou teria sido possível manter o jogador até ao final da temporada sem comprometer qualquer objectivo financeiro?
- Vejamos: o Benfica apresentou um resultado positivo no final do semestre. Um resultado próximo do 'break even', mas positivo: cerca de 2,7 milhões de euros. A segunda parte da época é, normalmente, uma fase em que todos os clubes, sem excepção, geram menos receita, porque normalmente aquilo que vem das competições europeias, por muito que se consiga a aumentar os valores de cada uma das eliminatórias, não é tanto como os prémios de arranque dessas provas. Portanto, teríamos de chegar ao final deste exercício, para mantermos o cumprimento dos critérios de fair play financeiro, com vendas de atletas. Isso era obrigatório.

- E apareceu esta oportunidade...
- Janeiro proporcionou-nos efectivamente uma receita imediata, que foi relevante. Se me pergunta: a proposta apresentada pelo PSG foi uma boa oportunidade? Claramente que sim.

- Um tema que está na ordem do dia, já abordado inclusivamente por Luís Filipe Vieira, é a renovação do treinador Rui Vitória que ainda não foi oficializada. Sabe em que fase se encontra esse processo?
- Isso são conversas directas entre o presidente e o treinador e, portanto, não é assunto para mim... (risos) A única coisa que posso dizer é que estou muito satisfeito com este treinador e que espero, efectivamente, que ele possa continuar connosco por muitos e bons anos.

- Mudando de assunto. De 2010 para cá, o Benfica é o segundo clube europeu com maior volume de vendas, apenas ultrapassado pelo Liverpool, tendo paralelamente conseguido vencer diversas competições. O que é mais correcto dizer: sem conquistas não há boas vendas ou sem boas vendas não há conquistas?
- As duas coisas estão certas. Eu acho que aí não existe uma definição única e exacta. Nós aqui falamos muitas vezes de um 'circulo virtuoso', que tentamos que nunca seja um circulo vicioso. Porque é que o dinheiro vale muito? Porque é o que nos permite investir em talento. E eu só consigo ter talento se tiver capacidade de pagar bem a esse talento. Mesmo que eu pague mal a um jogador em determinada altura, se esse jogador considerar que está a ser mal pago, mais tarde ou mais cedo terei consequências disso. Isso aplica-se aos jogadores da mesma forma que se aplica a todos nós. Todos aqueles que somos trabalhadores por conta de outrem consideramos que temos um determinado valor. Portanto, nesse pressuposto, ou esse valor é pago ou temos uma qualquer manifestação. Por muito que não seja consciente, efectivamente o rendimento deixa de ser o mesmo.

«BTV é aposta ganha em vários tabuleiros»
- Está satisfeito com a evolução da BTV e com aquilo em que o canal representa hoje?
- A aposta que fizemos em 2013 e que tivemos de nos desfazer - entre aspas - em 2016 acabou por ser uma aposta ganha em vários tabuleiros, desde logo o valor dos direitos. Quando em 2010, 2011 e 2012 começamos a negociar a possível renovação do nosso contrato, e nós fizemos referência a um valor de 40 milhões de euros/época, que era aquilo que entendíamos ser a valorização justa desses direitos, na altura toda a gente disse que éramos loucos. Depois tivemos este novo modelo que permitiu chegar a um valor total de receitas de 30 e muitos milhões de euros e as pessoas já consideraram que, afinal, os 40 milhões não eram desajustados. O que é certo é que o contrato foi feito nos 40 milhões de euros. Foi preciso fazer esse período de 3 anos em primeiro lugar para conseguir justificar aquilo que já dizíamos 4 ou 5 anos antes. Estamos satisfeitos com o caminho percorrido, vamos ver o que acontece no futuro. Mesmo no modelo que existe actualmente, já alterado, pode falar-se num caso de sucesso, porque mesmo em períodos em que não existam jogos do Benfica, até no defeso mais complexo, ainda assim o total de subscritores nunca baixou dos 200 mil. E tivemos durante muito tempo valores muito acima dos 300 mil subscritores.

- Qual foi o máximo a que se chegou?
- Muito próximo dos 335 mil, sempre muito impactado pela proximidade de algum jogo grande na Luz, claro, seja contra o FC Porto ou contra o Sporting. Mas digamos que, no modelo actual, os operadores estão satisfeitos. Quem nos comprou foi a NOS, mas como a BTV está disponível em todos os operadores, todos beneficiam do valor que é pago pelas assinaturas. Acho que eles estão francamente satisfeitos. Diria que, com um bom 'push' do Benfica relativamente à possibilidade de aumentar o número de assinaturas, francamente, ainda ficarão mais satisfeitos.

«Queremos que as pessoas se sintam realizadas»
- Luís Filipe Vieira afirmou recentemente, em entrevista à CMTV, que Domingos Soares de Oliveira, merecia ser aumentado. Presumo que estará de acordo.
- (risos) Sabe, o que o presidente diz é verdade... Deixo isso ao critério do presidente.

- Está há 13 anos no Benfica e o seu trabalho é amplamente elogiado, até em termos internacionais. Neste período de tempo recebeu algum convite para sair ou nem sequer alguma vez colocou essa possibilidade?
- Acho que é uma questão muito pessoal e, sinceramente, preferia não responder a essa pergunta. Agora, o mercado é o mercado e eu acho que todas as pessoas que trabalham no Benfica, diria 80% das pessoas que aqui temos connosco, são muito reconhecidas por aquilo que fazem. Nós hoje somos lideres numa série de áreas e eu sei que a visibilidade que o Benfica tem no estrangeiro é mesmo muito grande. Ainda recentemente estivemos a conversar com o Barcelona e eles percebem muito bem aquilo que estamos a fazer. O segundo reconhecimento é o facto de termos tido aqui na semana passada 15 clubes europeus, que nos vieram visitar no âmbito deste projecto que estamos a desenvolver, o 'Sports Science'. Estamos a trabalhar nele directamente com a equipa da Microsoft em Seattle. E somos o único parceiro europeu da Microsoft nesta área. É uma conjugação de esforços do Benfica LAB e da nossa área de tecnologia. Recebemos as visitas do Real Madrid, do Barcelona, do PSG, do Mónaco, do Arsenal, de dois clubes italianos, etc. Ou seja, há áreas em que estamos à frente de grandes clubes europeus, trabalhando com muitos menos recursos, porque essa é uma característica normal dos clubes portugueses. O que nós tentamos aqui é criar aqui um desafio permanente, que não é apenas económico, para que as pessoas se sintam realizadas no Benfica, dando-lhe também o prazer de fazer coisas que geralmente não feitos noutros sítios.

«A Rádio Benfica está quase a ir para o ar»
- O projecto Rádio Benfica está concluído do ponto de vista financeiro?
- O projecto da rádio está quase a ir para o ar.

- O que é que nos pode dizer sobre isso?
- Posso dizer que neste momento temos os modelos todos analisados, posso dizer que temos as frequências disponíveis absolutamente analisadas e temos uma definição da cobertura que vai ser feita em termos nacionais.

- E qual é?
- Numa primeira fase vai ser essencialmente o Litoral e rapidamente tentaremos que a rádio se expanda, mas, enfim, dentro de muito pouco tempo vamos ter a rádio no ar.

«Não conheço nenhum negócio onde não haja risco»
- Enquanto gestor em estado puro, e mesmo sabendo que as áreas do negócio e do futebol têm sempre factores imprevisíveis, não lhe parece que os valores pagos por Jiménez e Rafa constituem algum risco?
- Risco há sempre. Não conheço nenhum negócio onde não haja risco. Se não não houver risco, não é negócio. Mas pelas posições que ocupam e pela idade que têm, a expectativa é a de que nós conseguirmos gerar rendimento desportivo e também conseguiremos no futuro, se for o caso tirar igualmente rendimento económico. E creio que as últimas vendas que fizemos comprovam isso mesmo. Ou seja, nestes dois casos atingimos valores diferentes daqueles que costumávamos ter em termos de aquisições, mas o potencial de geração de receita continua a ser superior ao que fazemos em termos de investimento. Temos situações em que nem sempre é assim, claro. O caso do Ola John, só para dar um exemplo. A aposta que foi feita estava bem justificada, com um bom trabalho feito pelo scouting, com a identificação dos factores de risco e também os factores de potenciação do jogador, mas depois... as coisas não correram bem. E quando assim é, o negócio também não corre bem. Mas faz parte.
(...)"

Entrevista a Domingos Soares de Oliveira, por Nuno Farinha e Nuno Martins, in Record

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