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quarta-feira, 2 de abril de 2014

Números crueis

"Estatística... Há quem a ame e há quem a odeie, mas poucos lhe serão indiferentes, tal a forte presença no dia a dia. Quem não vive sem ela é o desporto de alta competição, no qual o sucesso cada vez mais se alcança nos pormenores que podem fazer a diferença. Goste-se, ou não, já nem os adeptos vivem sem ela, entregando-se a discussões intermináveis em seu redor: «A minha equipa tem o melhor ataque!», «Ah, mas a minha tem a melhor defesa!»
Deu-me para pensar nisto uma destas madrugadas, enquanto via Moneyball - Jogada de Risco, película de 2011 sobre o homem que mudou o basebol. Com Brad Pitt, no papel principal, o filme contra a história de Billy Beane, antigo jogador que, como director-geral dos Okland Athletics, foi o primeiro (em 2002, imagine-se) a implementar um elaborado e completíssimo sistema estatístico que alterou para sempre o modo como treinadores, directores, jornalistas e adeptos vêem o basebol. Os resultados foram incríveis: depois de oito jogos consecutivos a perder, Beane viu a sua ditadura dos números levar a equipa a uma série de 20 vitórias seguidas, que se mantém como a 2.ª melhor da história, só pior que a 21 dos Chicago Cubs em 1935.
A proeza que o uso da estatística ajudou a conquistar foi, inicialmente, olhada com desconfiança mais dilui-se num ápice por outros emblemas e, hoje, não há equipa que não siga o método de Billy Brad Pitt Beane. Os Boston Red Sox foram os primeiros e o resultado foi épico: conquista, em 2004, da World Series que o clube não conseguia desde... 1918.
E pensar que, à conta dos números e contra tudo e todos, aquele director-geral cometeu a crueldade de dispensar a grande estrela da equipa, o endeusado por imprensa e adeptos Peña, porque havia um suplente cujos registos apresentavam maior qualidade...
A propósito do endeusamento e de números cruéis: quando Quaresma se estreou, o FC Porto estava em igualdade pontual com o Benfica e, agora, está a 15 pontos; e quando Luís Castro substitui Paulo Fonseca, os dragões estavam a nove pontos das águias e, agora estão a 15. Mas isso não outras contas..."

João Pimpim, in A Bola

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