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segunda-feira, 11 de junho de 2018

Sei o que quero e para onde vou

"Os Jogos Olímpicos de 1928, disputados em Amesterdão, foram palco da estreia da Selecção portuguesa em competições internacionais. A Selecção chegaria a esses Jogos ainda sem qualquer vitória no estrangeiro: desde a sua fundação, em 1921, apresentava cinco derrotas e um empate em jogos particulares, este conseguido em Paris, na preparação para Amesterdão.
Levando na bagagem a esperança e muitas interrogações, os portugueses partiram de Sud Express a 21 de maio e chegaram a Amesterdão no dia 23, depois de escala em Paris e uma viagem de quase… 40 horas! Parte dela seria ao som da guitarra de Carlos Alves (o original ‘luvas-pretas’, avô de João Alves) e de Raul Figueiredo, que cantava um fado que não se desejava triste por terras holandesas. Chegados ao exíguo Hotel Holanda, os portugueses tiveram nova experiência lusitana, pois sentiram-se … sardinha em lata.
Apesar das adversidades e um mês após Salazar ter tomado posse da pasta das Finanças com um célebre "sei muito bem o que quero e para onde vou", logo no primeiro jogo oficial, a Selecção soube o que quis e para onde ir e… venceu! A vitória tornou-se épica também porque, em menos de 15 minutos, Portugal sofreu dois golos e depois marcou… quatro: dois deles pelo grande belenense Pepe! Talvez o jogo tenha servido de ensaio para a afamada reviravolta em 1966.
O seleccionador nacional Cândido de Oliveira (o primeiro mestre) afirmou que "o onze de Portugal soube, à beira do abismo, reanimar-se, reconquistar a vantagem ao adversário e vencer". Seguir-se-ia uma segunda vitória com a Jugoslávia (2-1), pelo que a derrota com o Egipto não beliscou os primeiros heróis, contribuindo para que se soubesse que "entre espanhóis e portugueses havia diferença de raças". Noventa anos depois, Portugal inicia o Mundial com os nossos vizinhos. Mostrará a sua raça?"

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