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sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Solução para o clássico: correr o dobro

"Nos últimos dias tenho tido alguma dificuldade em raciocinar, fala arrastada, várias tonturas e intermitentes dores de cabeça. A minha mãe, aflita, tem insistido comigo para me dirigir o mais rápido possível às Urgências. 'Olha que esses sintomas podem significar AVC', já me alertou. Enquanto filho, devo confessar que me sinto desiludido. A minha mãe liga comigo há 24 anos e ainda não percebeu que estes sinais só podem derivar de um único motivo: avizinha-se um jogo importante para o Benfica.
Espero que o leitor não me interprete mal: bem sei que todos os jogos do Benfica são de elementar relevância. Porém, um clássico é um clássico. É o vermelho contra o azul. É a águia contra o dragão. É o amor contra o ódio. É o Jonas contra o Felipe. É o Salvio contra o Maxi Pereira. É o Nuno Gomes contra o Jorge Costa. É o Eusébio contra o Carlos Calheiros.
A realidade é severa, mas não há como a negar. Nos duelos com o FCP, o Benfica tem sido como as relações amorosas de Pinto da Costa: infeliz. As estatísticas assim o demonstram - tanto num caso como noutro. Umas vezes por demérito, outras por escassez de sorte, as vitórias tem escapado mais do que o desejável. Confio num triunfo do Benfica, apesar de reconhecer a espinhosa missão, sobretudo pela dificuldade que Pizzi e companhia terão em movimentar-se com uma roupa tão pesada. Caso se confirme o rumor (que estou prestes a inventar) de que os jogadores do Benfica se irão apresentar em campo com um equipamento de GR de hóquei em patins para se protegerem dos lances divididos com o Felipe, o único meio de conquistarem os três pontos será seguirem uma velha máxima de gíria futebolística: vão ter de correr o dobro."

Pedro Soares, in O Benfica

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