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quinta-feira, 26 de abril de 2018

Os bons e os maus

"1. Não é que hoje haja mais fenómenos de violência no desporto relativamente ao passado, o que aumentou foi a divulgação que acentua o paradoxo: quanto mais uma sociedade evolui socialmente e condena episódios como o que se verificou numa final universitária de futebol, em que jogadores de uma das equipas agridem violentamente os árbitros, maior se torna o vício inconsciente de novas réplicas. Esta é uma discussão que já se fez sobre os incêndios ou sobre os vídeos de violência nas escolas: o perigo do mimetismo.
2. Mas é inegável: de todos os desportos, o futebol é, infelizmente, aquele que tem uma maior relação com a violência. Sempre assim foi mais agora com uma diferença, falando do caso português: instalou-se de vez o terrorismo comunicacional. e num crescendo de perversidade. Benfica, FC Porto e Sporting gastam hoje mais dinheiro em comunicação do que nunca. É dinheiro desviado dos relvados para a contra-informação. Nalguns casos, mais depressa compravam o Pravda do que um bom lateral-direito.
3. Uma coisa está ligada à outra: 2017/2018 ficará sempre como o campeonato dos e-mails. Se o Benfica o perder para o FC Porto, será muito mais do que uma derrota desportiva: será a vitória de uma narrativa construída pelos rivais. E se porventura perder o segundo lugar para o Sporting, Luís Filipe Vieira ficará tão ou mais exposto às críticas quanto Rui Vitória. Porque é ele o líder, é ele que subscreve a praxis. Perder um campeonato todos perdem; perder um campeonato e a moral é uma goleada. Mas se o penta for uma realidade, é todo um argumentário que perderá força como as grandes ondas que se transformam em mera espuma quando beijam a areia.
4. Nas três jornadas que faltam não estão em causa, portanto, apenas nove pontos. É muito mais que isso: é a sobrevivência de uma ideologia. O provar que uns são bons e os outros são maus. Isto é tudo menos desporto."

Fernando Urbano, in A Bola

PS: Se voltar a 'meter todos no mesmo saco' já não é novidade, não deixa de ser extraordinária, como o roubo e divulgação de correspondência privada, descontextualizada e manipulada, é relativizado a uma simples 'narrativa', aparentemente totalmente legítima!!!
A narrativa só 'passa', porque a incompetência, a cobardia e a cumplicidade dos jornalistas tem permitido que a mentira seja vencedora...ainda hoje, na BolaTV se discutia troca de e-mails entre o CEO do Benfica com a sua esposa... e um suposto convite ao actual Presidente do CD da FPF, em 2007, quando não tinha qualquer cargo na estrutura do futebol... nem fazia prever que iria ter!!!

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