Últimas indefectivações

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Eusébio

"1. Foi justamente festejado o 50.º aniversário da vinda de Eusébio para o Benfica. Foi a sorte grande que saiu ao Benfica e a Eusébio. O Benfica, que já fora campeão europeu sem Eusébio (é bom que as pessoas se recordem), subiu a patamares impensáveis com ele. Foi, sem dúvida, o melhor e mais útil jogador que o Benfica teve na sua história gloriosa. Se o Clube só pode estar satisfeito com o jogador, que continua a ser um seu símbolo e teve direito a uma estátua em lugar destacado nas nossas instalações, e, agora, a uma exposição alusiva, Eusébio não poderia ter escolhido melhor, já que o Benfica lhe tem sabido retribuir, ao longo da vida, tudo o que ele fez pelo Clube que tão bem serviu. Ao longo da sua carreira, Eusébio não ganhou (nem perto disso) aquilo que os jogadores da sua categoria que apareceram depois auferiram. Nessa época, os jogadores estavam presos aos clubes e o Benfica nunca prescindiu dele, tanto mais que as fronteiras italianas se fecharam então à importação de jogadores. Não foi preciso Salazar interferir como depois se fez constar e se tornou lenda, que continua a ser escrita...
Eusébio e Amália Rodrigues foram símbolos do Portugal de então, como seriam símbolos do Portugal de hoje.É óbvio que deram jeito ao regime que vigorava mas não tinham culpa de serem os melhores. De Eusébio continuo a recordar-me, sempre que o Benfica tem um livre a 30 ou 40 metros da baliza. Que saudades, era logo meio-golo! De Amália recordo-me que comecei a gostar de a ouvir (a ela ou ao Zeca Afonso, de quem nunca até então ouvira falar) quando o saudoso Padre Alberto Neto meu professor de Religião e Moral no Liceu Pedro Nunes, tocou discos deles numa aula, para mostrar que também havia boa música portuguesa. Mais tarde conhecido pela sua acção na célebre Capela do Rato (e, também, no futebol juvenil do Sporting, o seu clube), o Padre Alberto conseguia que até aqueles que, como eu, não eram católicos, gostássemos das suas aulas. E também ele admirava o Eusébio.
2. Não saí totalmente satisfeito do Benfica-Rio Ave de sábado, apesar da nossa exibição 'à época passada'. Fiquei preocupado com a ausência da nossa águia, para mim um dos momentos altos de cada jogo, a par do 'velho' Ser Benfiquista do Luís Piçarra. O voo da 'Vitória' entusiasma os mais pequenos (quantos não se tornaram benfiquistas, ou mais benfiquistas, ao vê-la?) e os mais velhos. Já não prescindimos dela... ou outra. O Benfica está acima de todos nós, benfiquistas, do Presidente ao mais anónimo sócio. Por isso, face aos factos divulgados pela Administração/Direcção, admito (com pena e preocupação) que haja que procurar alternativa, esperando que em breve voltemos a ter uma águia a sobrevoar o nosso Estádio e a entusiasmar-nos a todos."
Arons de Carvalho, in O Benfica

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